2.3.09

Dízimo com quem andas

“Dízimo com quem andas e dir-te-ei quem és.”
Fralber Saidam

Além da perda de fiéis, a ICAR – Igreja Católica Apostólica Romana – vem sentindo, nos últimos anos, uma sensível queda em sua arrecadação, muito especialmente no que se refere aos dízimos.
Diferente do que sempre fizeram as novas igrejas que transformaram os pedidos de contribuição num dos momentos mais importantes de todas as pregações presenciais, ou por meios de comunicação, a ICAR simplesmente encarregava alguns fiéis de passarem a bandeja coletora num determinado momento da missa para que, os que desejassem, fizessem seus donativos. Não necessariamente todas as missas eram/são animadas e mobilizadoras, em muitas igrejas os sermões adormecem, e, sonolentos, os fiéis nem mesmo se dão conta da passagem do coletor.

Daqui para frente será diferente. Todo um arsenal de providências enfatizará, junto aos católicos, da importância do dízimo. Serão campanhas de reflexão, cursos, pastorais, e ainda uma cartilha. E muita motivação e envolvimento durante todas as cerimônias.

Em verdade, as preocupações em relação ao dízimo vêm sendo manifestadas por diferentes arquidioceses, desde a virada do milênio. No 10º Plano de Pastoral da Arquidiocese do Rio de Janeiro, por exemplo, e oficializado em 2004, todas as paróquias foram orientadas a instalarem pastorais do dízimo e promoverem cursos e campanhas sobre o tema junto a todos os fiéis.

As paróquias que mais rapidamente implementaram essas recomendações vêm sentindo um sensível crescimento na contribuição de seus fiéis. Um dos melhores exemplos é o da paróquia de São Conrado onde, segundo o padre Marcos Duarte, desde o início do Plano da Pastoral, o número de dizimistas aumentou em mais de 40%. O mesmo acontecendo em outra paróquia do Estado do Rio de Janeiro, a de Nossa Senhora do Loreto, em Jacarepaguá, onde o crescimento foi de exatos 42%.

Em muitas paróquias, o que vem prevalecendo na prática é uma concentração dos dízimos nas missas do segundo domingo de cada mês, onde um pedido mais forte é formulado, devidamente preparado por um pedido de lembrança na missa do primeiro domingo. Tem-se procurado esclarecer que não necessariamente as pessoas precisam destinar 10% de seus rendimentos à Igreja, e, em algumas paróquias, a preferência é pela emissão de carnês de contribuições e boletos bancários – o que incomoda alguns teólogos e muitos fiéis.

Falando a “O Globo”, o padre Vanderlei Santos de Sousa explicou a nova posição da Igreja: “Cada época produz um enfoque diferente. Na década de 60, foi a retomada da leitura bíblica. Depois, a formação de comunidades eclesiásticas de base. Agora, temos a dinâmica da consciência de pertença, ou seja, a consciência da pessoa pertencer à comunidade religiosa, na qual se encaixa o dízimo”.

Francisco A. Madia, no Propaganda & Marketing.

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Um comentário:

Roger disse...

Religiosos falando, é sempre essa coisa culta e polida, que lindo!!!

"Cada época produz um enfoque diferente."

O enfoque da Inquisição, qual será que era?

Ah já sei, difundir o uso de fogueiras como fonte de calor...

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