30.3.08

As adagas do Mistério

As lágrimas que irrigam minha face são de origem obscura, talvez alguma quadra sombria da infância, talvez alguma ameaça proferida por meus antagonistas quiméricos. Acordo embebido na substância líquida dos meus sonhos atormentados. Uma lâmina fria e imaterial está posta na minha garganta: meu tormento é menos ser fulminado por ela que desconhecer sua procedência.

O problema do homem é sua ensandecida insistência em duelar com o Mistério, o monstro cuja pele soturna é inviolável e cujas adagas aguçadas dilaceram os inquietos.

Diante do Mistério, ensinam os sábios que silêncio e quietude são as únicas alternativas prudentes.

Alysson Amorim

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