6.5.09

Porque o “trabalho” da Igreja Universal não vale um vintém

Ao criticar essa perversa instituição é possível encontrar sempre alguém por perto, cristão ou não, para justificar o belíssimo trabalho que a frequencia nos cultos foi capaz de realizar: jovens libertos das drogas, famílias restauradas, dívidas pagas, e mais uma série de jargões feitos para uma publicidade lucrativa do perfeito viver burguês , tão sonhado no nosso país emergente.

Fato é que a tal “libertação” do mundo das drogas e do alccol pode ser alcançada, a preços bem mais justos, se me entendem, em um grupo de ajuda como o Alcoólicos Anônimos. E a bela família restaurada está disponível para todos em breves visitas a um terapeuta. Dívidas pagas passam por negociação, parcelamento e boa administração dos nossos escassos recursos.

Vê-se que muito do que se prega não passa de anseios do homem moderno, atraído pela fantasiosa vida vendida nos comerciais de TV. Uma instituição como a do Bispo Macedo, aproveita-se dessas vontades e mostra o atalho, que, como todos sabemos, é balela.

Alguns devem estar a se perguntar: Thiago, você não dá valor a obra do Espírito Santo nas transformações dessas vidas que frequentam a Igreja Universal? Não, não dou!

Eis a explicação: você acha que a tal suposta obra do Espírito iria se adaptar para atender ao modelo de vida perfeito que criamos depois da Revolução Industrial? Pois é, vá aos exemplos da Bíblia e aí serás capaz de achar, em abundância, uma série de famílias tão perturbadas, ou até mais, que a minha e a sua:

  • Davi , homicida e pulador de cerca
  • Adão e Eva e sua complicada relação de casal
  • Noé, o dançarino peladão e pinguço familiar
  • Arão e Miriam, os invejosos
  • Moisés, o irritadinho
  • José e seus “adoráveis” irmãozinhos
  • Jacó e sua índole altamente “confiável”

Agora você pode alegar que os meus exemplos são restritos ao antigo testamento. Pois bem, são, e isso não faz diferença, já que a a morte de Cristo não garante restauração familiar para ninguém. E se formos observar muito bem, os valores da família passaram a ter pouquíssima importância no Novo Testamento. No lugar do “afeto sanguineo”, Jesus afirma novos valores de coletividade e amor ao próximo. Ele mesmo não era do tipo “almoço no domingo na casa da mamãe Maria”.

Outro fato importante a ser considerado é a nossa herança cultural. Desde quando a obra divina é guiada pelos critérios do homem moderno, ou seja, suas definições do que é bom ou ruim? Se, na nossa concepção atual, o ato de usufruir da maconha é algo ruim, isso não significa que esse mesmo critério é válido para Deus. Podes alegar que não o é pelo fato de que a Bíblia pede-nos a seleção do “bom, perfeito e agradável”, mas há diferença de valores sob a perspectiva divina versus ponto de vista humano. Não devemos jamais pensar que o “olhar de Deus” limita-se ao modo de viver ocidental, no qual fomos criados.

Logo, não há valor nenhum no trabalho da Igreja Universal, e de boa parte dessas comunidades cristãs, pelo contrário, é até prejudicial, diferente de grupos de ajuda como o A.A.. É importante ressaltar que transformação moral não tem nada a ver com obra do Espírito. Aliás, até mesmo outros animais podem experimentar mudança de conduta, de acordo com os valores daquele ambiente no qual é adestrado.

Thiago Bonfim, no blog Livraria do Thiago

4 comentários:

Anônimo disse...

Concordo com a maior parte do texto, porém ainda acredito e vejo em muitas igrejas sérias que a obra do Espirito Santo transforma o homem moralmente.

Luciano

Carlos disse...

mas ao foi graças a igreja Luciano...iso acontece em qualquer lugar...até num prostibulo onde durante um relacao sexual de uma prostituta, ela pode cair na real (pode ser o E.S.) empurrar o homem antes dele terminar o serviço e sair de la correndo acreditando que pode reconstruir sua vida novamente.
Mérito do Prostibulo?! não!!
Mérito da Igreja?! também não.
agora que o prostibulo devem acabar e estas igrejas pra mim é logico porque mais prejudicam que ajudam...
falei!

Danilo disse...

A condescendência nos faz sócios destes lava-jatos de macumbeiro

É tudo uma jogada financeira, mas o jogo é o câncer que nos come por dentro. O inimigo se instalou nas nossas hostes.

Sugiro que revidemos, não por nosso orgulho, mas por amor a Cristo. Sejamos mansos, sejamos humildes. Mas não sejamos tolos. Se este é o jogo, inventar uma unção para cada propósito, para cada conta bancária. Joguemos o jogo. Façamos a unção do bom combate. Sim combate, pois em muito somos culpados quando nos omitimos ou buscamos manter falsa harmonia que só serve ao inimigo. Que seja esse Anátema!

Nossa condescendência cristã está servindo ao inimigo unicamente. Façamos “mea culpa”, pois enquanto muitos irmãos sérios continuarem fazendo vistas grossas a esta matilha, imaginando que algo de bom pode sair desta figueira seca, chamando suas lojas de CTI da alma, porta de entrada ao Reino, lava-jato de macumbeiro, purgatório pré-evangelho e por ai vai... Mais pessoas serão ludibriadas, afastadas da Palavra e usurpadas do direito de ouvir o verdadeiro evangelho para, por pura decepção, se transformarem em testemunhos do maligno em afronta à Igreja do Senhor.

Danilo
http://genizah-virtual.blogspot.com/

Dener disse...

Ao autor do texto:
Olá Thiago, não faço a mínima idéia de quem você seja ou qual fé ou pensamento filosófico defende. Hoje (infelizmente) li um artigo seu postado no blog do Pavarini (Porque o “trabalho” da Igreja Universal não vale um vintém), muito bem escrito por sinal, porém você deve desconhecer a fundo o que você chama de "boa parte dessas comunidades cristãs" de prejudicial os trabalhos que fazem na recuperação daqueles que estão escravizados pelas drogas (seja qual gênero for). Não concordo também com a liderança da Universal e o tipo de ministério que atuam, no entanto não posso dizer que todas as instiutições cristãs são do mesmo naipe. Eu conheço muitas instituições sérias que não dependem de nenhuma ajuda financeira da nossa instituição pública, e que conseguem sobreviver e resgatar do lamaçal das drogas pessoas que estavam com lares e vidas destruidas. Nisto com certeza você errou, e errou por não conhecer, pois é muito mais fácil falar do que realmente saber do que está falando. E pelo jeito que escreveu sobre a maconha, você deve achar que o problema é mais sócio cultural e político de uma "visão" do que é certo e errado. Isto por que você faz uso da maconha? Você coopera com aquela fatia da burguesia que sustenta traficantes e afins no nosso território brasileiro? Não sou membro da Universal e nem de nenhuma instituição que tratam pessoas com dependências químicas.Thiago falar do que está sujo quando se é podre é hipocrisia. Abraços.

Blog Widget by LinkWithin