26.5.09

Reforma Protestante 2.0

Não consumimos mais com a informação da Idade Mídia (termo usado pelo Luli). Temos mais informação para consumir. Estamos aprendendo a consumir com a informação da Idade da Rede Colaborativa! Sabemos mais do que o próprio fornecedor (corretor, médico, professor), que não está muitas vezes pronto para esse mundo.

E quando temos mais informação, estamos abertos à revolta, pois há uma raiva latente acumulada da exploração que sofremos no ambiente de conhecimento anterior.
  • Temos raiva de termos sido obrigados a comprar um CD com 20 músicas, a um preço abusivo, quando queríamos uma só;
  • temos ódio de termos pago a cada nova versão do Windows ou do Office um preço absurdo por algo cheio de bugs;
  • não gostamos de pagar por algo quando existe similar mais barato e melhor;
  • e vemos, por exemplo, parlamentares e governantes menos 2.0 fazendo gato e sapato com o nosso suado dinheiro.

As revoltas latentes se transformam e se transformarão em atos de rebeldia presentes e futuros.

  • Inventamos o software livre;
  • trocamos músicas e filmes pela Web;
  • pesquisamos, pesquisamos, comentamos, comentamos, ajudamos aos outros a terem cada vez mais informação para não serem enganados;
  • fazemos blogs e comunidades independentes criticando marcas, empresas, produtos, serviços, etc.

Os políticos terão também o seu troco. É uma questão de tempo e de Luteros 2.0 que aparecerão. Pelo simples prazer de nos vingar, de ajudar, de melhorar, de mudar. O recente escândalo das passagens no Congresso é algo nessa direção. As informações foram disponibilizadas na rede e o pessoal começou a estudar o assunto. Abriu-se a caixa de Pandora.

O consumidor 2.0 quer Empresas, Congressos, Governos 2.0 num mundo 2.0. Ou seja, ele antes de comprar, vai se informar muito mais do que na Idade da Mídia. Estamos abrindo as caixas lacradas do ambiente anterior, como é típico na passagem de um ambiente de conhecimento para outro.

Nesses momentos, com a rede, ganhamos a troca (consumidor-consumidor) e o acesso à informação antes secreta, fechada a sete chaves. E muito, muito mais opções no mercado.

Assim, projetos 2.0 não são formas de enrolar o novo consumidor, mas devem ser voltados para uma mudança de atitude da empresa, que terá que se reformar, para lidar com esse novo homos_informadus_consumus_est.

Essa nova espécie é informada e informante como nunca fomos no passado. Se não cair essa ficha, é melhor nem passar perto do orelhão 2.0. Índio já não quer mais só apito, quer apitar também e bem alto!

trecho de A Reforma de Lutero e a reforma do consumo, texto de Carlos Nepomuceno no Webinsider.

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