4.5.10

Como as nossas mães

Por que as pessoas repetem os erros das suas famílias?

Quando se trata de família, acho que cada um de nós carrega um tipo de software.

Se você cresceu numa família com pais que se gostam e se respeitam, ganhou de brinde um software que ajuda a ficar casado. Se cresceu em meio a berros e as lágrimas, ou se num momento qualquer seus pais cansaram de brigar e se separaram, é provável que traga consigo um software menos útil para a manutenção da família.

Como tudo que eu escrevo nesta coluna, essa é apenas uma impressão pessoal sem valor científico. Mas faz algum sentido.

Os valores e atitudes condizentes com a família são produzidos e repassados naturalmente em uma casa feliz – e o inverso acontece com famílias desestruturadas. São duas culturas, dois legados, dois softwares. Algo que a gente recebe, carrega e, frequentemente, reproduz.

É sobre isso que eu queria falar.

No fim de semana, vi no cinema um lindo filme brasileiro, Sonhos Roubados. Ele conta a história de três meninas que se prostituem.

Elas nasceram pobres, na favela, em famílias precárias. Uma é criada pelo tio que abusa dela sexualmente. Outra é expulsa de casa aos 16 anos. A terceira tem 17 e já cuida de uma filha. Nenhuma delas tem pai. As três são filhas de mulheres prostituídas. As três repetem o mesmo caminho.

O filme baseia-se em personagens reais extraídos do livro reportagem de Eliane Trindade, As Meninas da Esquina, publicado pela Editora Record. Um livro tocante deu origem a um filme comovente. E verdadeiro.

A história dessas meninas me fez pensar na questão das famílias – no software que a gente carrega – e na vocação perversa que temos de reproduzir os erros dos nossos pais. Leia +.

Ivan Martins, no site da Época.

4 comentários:

Marielen Cordeiro disse...

♪Minha dor é perceber que, apesar de termos feito tudo o que fizemos,
Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais...♪
Pava, ;)

Chicco Salerno disse...

Cometem os mesmos erros porque as estruturas sociais continuam as mesmas e nelas não encontram apoio para ir em outra direção.

É um sistema no qual, nós cristãos, esperamos que o Estado faça o que nós deveríamos fazer. Fora, muitos líderes que pontificam que bastaria ela ir trabalhar fazendo limpeza, como gari, etc. Esquecem-se que até para gari hoje em dia se faz concurso público e essas pessoas terão até mesmo de concorrer com outras de grau universitário.

As coisas mudarão o dia em que nós cristãos crermos de verdade e passemos a amar como Ele nos amou, sem preconceitos e colcoando a mão na massa.

Gy Camargo disse...

Como comentei no site onde está a matéria, precisamos sempre atualizar o programa, fazer um download, para ver se conseguimos contradizer, para o nosso próprio bem, a música que Elis Regina interprentava divinamente.

Lilian Carla disse...

Não podemos esquecer que cada pessoa tem o livre arbítrio. Não é o meio em que nascemos ou vivemos que determina o que somos.

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