7.8.06

Anestesia geral

A Igreja Assembléia de Deus ainda não decidiu fazer uma censura pública aos deputados Nilton Balbino Capixaba e Agnaldo Muniz, apontados como envolvidos na Máfia das Sanguessugas nos depoimentos prestados pelo empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, tido como o chefão dessa máfia, à Justiça Federal no Mato Grosso.

Essa foi a informação transmitida a Imprensa Popular pelo pastor Joel Holden , em entrevista exclusiva que concedeu ao jornal em seu gabinete de pastor-presidente, na sede da Assembléia de Deus, em Porto Velho. Holden afirmou existir na Igreja “uma Comissão” para cuidar desse tipo de problema e ela ainda não se posicionou “porque espera uma manifestação dos deputados”, ambos membros da Assembléia de Deus, “ou então o surgimento das provas do envolvimento” deles com o esquema fraudulento que desviou milhões de reais dos recursos da Saúde, com as negociatas das ambulâncias superfaturadas.

Mas se a Igreja não tomar uma posição oficial contra os dois parlamentares – por insuficiência de provas sobre a culpabilidade de cada um – isso não deverá mudar “a situação desconfortável” em que ambos se meteram diante da comunidade evangélica, como admitiu o próprio pastor Holden. Isto porque “os evangélicos não estão anestesiados e sem capacidade de reagir a estes acontecimentos”.

O presidente das Assembléias de Deus confirmou que a igreja orienta seus fiéis a votar nos candidatos evangélicos, que “estão no projeto da denominação”, mas nem por isso os fiéis “votam em quem a gente indica, porque na cabine de votação, ou seja, na urna cada um é dono de seu voto e o evangelho tem essa vantagem de nos levar à liberdade, já que Deus criou o ser humano com livre arbítrio”.

Pelo que disse à Imprensa Popular, o pastor Joel Holden permitiu entrever que a Igreja Assembléia de Deus não tomará oficialmente nenhuma medida contra os dois parlamentares enquanto eles não forem ouvidos na CPI das Sanguessugas, onde deverão se defender.Holden admitiu ter existido uma consulta da cúpula da igreja aos deputados, “e eles se mostraram perplexos com a situação que estão vivendo” como qualquer homem público “sujeito às pressões de todos os lados”.

Joel Holden integra o grupo de lideranças que defendem “mudanças na política do Brasil, porque está cada vez mais difícil agüentar a falta de ética na política do país”. Todavia, para ele “a tendência não aponta para melhorias, mesmo sendo esse o grande desejo”, porque “estamos partindo para o fim de nossa era, segundo as afirmações da Bíblia”. E quando o fim se aproxima, disse o pastor, “os homens irão de mal a pior, enganando e sendo enganados”. Na visão do pastor as coisas estão se dando “como a Bíblia previu” e as catástrofes como as tsunamis, os confrontos bélicos envolvendo Israel são sinais previstos no Livro de Deus.

E assim ele destaca: “A gente gostaria que as coisas melhorassem, mas o que vemos são os homens cada vez mais afastando-se de Deus. Hoje os homens acreditam em tudo, menos em Deus. Eles reverenciam muitas coisas, gastam com muitas coisas, buscam muitas coisas, mas não buscam a Deus, não buscam ao seu filho Jesus. E assim, não podemos nos iludir diante dessa tendência. Vai ser muito difícil as coisas melhorarem. Essa questão da falta de ética é conseqüência do afastamento do homem de Deus. Nunca o povo e as autoridades estiveram tão vulneráveis aos ataques do diabo”.

fonte: Imprensa Popular

Um comentário:

Anônimo disse...

Argh! Deputados evangélicos! Se o sujeito pisa na jaca numa questão de doutrina, não tem dúvida: pau nele, expusão, o indivíduo é herege. Se ele rouba ou tem o nome implicado em falcatruas ...Bem, vamos pensar o que fazer. Façam-me o favor.

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