21.8.06

Grande pastor, pequenos negócios

General da banda eleitoreira do Planalto, o gaúcho Tarso Genro tem procurado edulcorar a versão foragida de Lula com um mantra sem pé nemcabeça: "O candidato não participa de debates para preservar a instituição da Presidência", repete o ministro.

A fantasia é recitada com o apoio vocal do Coral dos Companheiros e, claro, sob o sorriso beatífico do improvisador que desaprendeu a improvisar em estúdios de TV. E passou a ver o mundo pelo avesso, avisam declarações de 1998.

Era outro o Lula dos palanques de oito anos atrás. Ao saber queFernando Henrique Cardoso não participaria dos torneios retóricos, por exemplo, o Grande Pastor do PT pendurou-se na lamentação tediosa. "Presidente que foge de debate mostra que prefere ficar escondido atrás de publicidade paga com o dinheiro do povo, em vez de ir para o ringue lutar em igualdade de condições", lamuriava.

Oito anos depois, o Lula reciclado esqueceu o que disse. Faz sentido. Entrevistado pelo Jornal Nacional, o candidato à reeleição parecia um meliante aprendiz submetido ao detector de mentiras na polícia de LosAngeles. Sudorese, tremor nas mãos, pés agitados de baterista, palavras trocadas, pele pálida - foi feia a coisa.

trecho de editorial do Jornal do Brasil de 20/8/2006.

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