Estimado Márcio Cypriano,
Desde 1999, você dirige o banco que fundei em 1943 e há dois anos acumula a presidência da Federação de Bancos, a Febraban. Como dá conta de dois empregos, não sei, mas meu assunto é outro. Esse negócio de reunião com juízes em hotéis com piscina é coisa que lá no banco nunca admiti.
No meu tempo, diretor do Bradesco não podia ter Mercedes. Também nunca achei bom misturar nossos negócios com a Febraban. Dê uma olhada na galeria dos marqueses da finança nacional. Tiveram duas coisas em comum: odiaram o Bradesco e quebraram.
Tenho boas lembranças suas. Como poderia esquecer um gerente que se orgulhava de ter passado um domingo, com a mulher, fazendo faxina numa agência que seria inaugurada no dia seguinte? Mesmo assim, achei bobagem deixar que os puxa-sacos anunciassem que você foi o primeiro presidente do Bradesco com curso superior.
A boca-livre de Comandatuba é coisa desastrosa para a imagem de qualquer banco. A Febraban deveria se chamar Ferraban. Em janeiro, ela divulgou uma nota solidarizando-se com os tamboretes metidos em trambiques dos comunistas. Depois, implicou com o José Serra porque ele queria cobrar multas pela demora nas filas das agencias. Eu tenho horror ao Serra, mas, se estivesse aí, pediria a ele para me deixar coletar pessoalmente o preço da incompetência. Quem fica na fila é o cliente, ou seu motoboy. Foi essa gente que fez o Bradesco.
trecho de "De amador.aguiar@bradesco para marcio@febraban.com", texto nota dez de Elio Gaspari publicado na Folha de S.Paulo.
16.9.06
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Um comentário:
"A boca-livre de Comandatuba é coisa desastrosa para a imagem de qualquer banco. A Febraban deveria se chamar Ferraban".
É isso aí! Coisa feia!
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