7.9.06

Edir Macedo para o Ministério da Fazenda

A liberdade de escolha de religião é mais sagrada do que o entendimento do papel dela na vida de uma pessoa. De acordo. Mas, quando os braços de uma determinada religião começam a abarcar causas mais do que terrenas -adquirindo redes de televisão, aviões, patrocinando campanhas e partidos eleitorais-, qual deve ser o papel do Estado?

A separação de igreja e Estado é um dos mais cultuados valores da democracia. Pode uma igreja dizer-se perseguida pelo Estado nos dias de hoje? Basicamente esse é o discurso dos políticos ligados à Igreja Universal do Reino de Deus, espalhados por partidos políticos como PRB e PP, entre outros.

A Igreja Universal em si goza de isenção de Imposto de Renda. Sofreu investigações diversas nas operações de compra de emissoras e de bens com dinheiro vindo de contas do exterior por prepostos seus. No momento em que políticos como o senador Marcelo Crivella, candidato a governador do Rio pelo PRB, aderiram à candidatura de Lula, foi arquivado ao menos um inquérito que investigava empresas ligadas à Universal.

Desde a semana passada, o repórter Raphael Gomide acompanhou cultos da Universal no Rio. Além de pedir votos para candidatos ligados à igreja e de acusar adversários de usar droga, uma característica comum a todos os cultos foi a forma como pediram dinheiro aos fiéis. "Quero ver quem traz agora uma nota de R$ 100", clamou um pastor.

Lula, que já foi chamado de diabo de barba por Edir Macedo, é agora seu aliado e pretende levar para o governo seus homens de fé. Está lá na edição desta semana da "Folha Universal": "Os grandes milagres da Fogueira Santa de Israel - Empresário superou dívida de R$ 5 milhões e hoje prospera". Tem gente com perfil mais técnico para o Ministério da Fazenda?

Plínio Fraga, em "Deus nos acuda", texto publicado na Folha de S.Paulo em 6/9.

3 comentários:

Anônimo disse...

Boi preto anda com boi preto! Procuram os seus iguais para fazer seus pares!

Anônimo disse...

Psiuuuu! Sobre esta coisa de pedir grana nas reuniões é a pura verdade e nesta época de eleições eu tenho uma certa desconfiança, e vou-lhes dizer porque. Minha mãe tem frequentada um dos templos atualmente e tem reparado que de alguns meses para cá a sanha de pedir dinheiro tem sido abusiva e até sórdida (porque vão baixando o valor dos ofertórios, como um leilão ao contrário)depois de cada oração e principalmente a maioria das pessoas que vão neste templo são bem pobres e sem dúvida isto é um acinte. Fica como alerta, porque dizer que "rouba mas faz", não é um dito mais ou menos ético é vigarice da grossa, e ainda por cima, pegar dinheiro de quem menos tem.

Anônimo disse...

A corda e a caçamba! A fome com a vontade de comer!

Blog Widget by LinkWithin