13.9.06

Não há dor sem divino fim

É preciso não acreditar nos números da pesquisa. Pessoas religiosas respondem segundo aquilo que a ideologia religiosa os obriga a dizer. Perdão, Fernando Pessoa, pelo que farei com teus versos: "O religioso é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é gozo a dor que deveras sente...".

A religião dos pentecostais e evangélicos promete felicidade. Cristo dá paz a quem o tem no coração e resolve pelo milagre (bênção!) seus problemas. Se o fiel se disser infeliz, ou sua religião é falsa, não cumpre o que promete, ou ele não tem Cristo no coração.

A ideologia católica permite dizer-se infeliz pois o mundo é mesmo um "vale de lágrimas". Felicidade só no céu. Para protestantes, um hino diz: "Não há dor que seja sem divino fim". A ideologia espírita vê sofrimento como instrumento do karma para a evolução. "Bendita a dor que me purifica a alma", dizia a espírita no sofrimento do câncer. Já o sem-religião, sem amarras ideológicas, está livre para chamar infelicidade de infelicidade.

Rubem Alves, colunista da Folha de S.Paulo e do site Vida Acadêmica.

7 comentários:

Anônimo disse...

O grande Rubem Alves, a quem admiro muitíssimo, poderia ser mais justo e dizer que a diferença entre o protestante e o ateu é que para o protestante a infelicidade é - "infelicidade com esperança", e para o ateu - "infelicidade, só".

Anônimo disse...

Concordo com você Rubens! Também pensei o mesmo. Justiça seja feita àquele que crê no Senhor! Porque, que há diferença, há! Se ele não sabe é porque não a experimentou ainda!

Anônimo disse...

Gosto muito do Ruben Alves. Da sua maneira simples e clara de escrever e se fazer entender, da forma agradável com que elabora suas idéias. No entanto, embora seja teólogo, e se não estou enganada foi até pastor, e cite muitos textos bíblicos em seus livros, tenho a mesma impressão que o amigo acima. Ele não demonstra ter uma experiência pessoal com Deus. Todo cristão, quando tem plena convicção de sua salvação, de sua fé, transmite isso no que escreve, no que fala, com ou sem a intenção de interferir no leitor ou ouvinte. Porque a fé é algo muito forte. Pode ser uma impressão minha, mas não sinto isso em seus livros. Funciona mais como literatura, como experiências cotidianas e de vida, não experiências de fé.

Anônimo disse...

Em primeiro lugar, eu não tenho que concordar ou discordar de ninguén, acho que todos tem o direito de emitir sua opinião sobre o que quer que seja. Admiro o Ruben Alves pela coragem que ele pela com escreve, mesmo não concordando com ele em muita coisa, e me mantenho nesta posição mesmo em relação a muitos escritores/autores evangélicos, cristãos ou não. Agora o que temos que pensar é, o que a biblia diz sobre o sofrimento: É uma realidade na vida humana, não nega, não mente e não esconde. Mas há "esperança" (termo do Ruben) para o sofrimento. "O choro pode durar a noite inteira, mas a alegria vem pela manhã". Além de muitos textos biblicos que enfatizam o sofrimento e a possiblidade de conforto em Deus, este em particular tenho interpretado em ralãção ao sofrimeto.

Anônimo disse...

Agora entendi o logo da Editora Vida: é um bumerangue maluco que voa para todos os lados acertando a testa de um, o estômago de outro, as costas de alguns e a paciência de muitos. Quanto ao Rubem Alves, o cara faz jus ao logo da Vida, uma vez que atira para todos os lados (e muitas vezes acerta). Já foi teólogo (ou tchiólogo, conforme a pronúncia mineira dele, e advirto que nada tenho contra sotaques e mineiros) Escreveu um livro muito bom de sociologia da religião que todo crente (principalmente os mais fascistas) deveriam ler: Protestantismo e repressão, ed. Ática. O cara disse (citando alguém) uma frase que vale a pena guardar: o Deus dos ricos é diferente do Deus do pobres. Isso aí dá pano pra manga.

Anônimo disse...

Querida, que falta de senso de humor! cristao inculto que se acha muito "inteligente" - mais ate que um grande escritor como Rubens Alves, isso deve ate ser pecado?! mas o pior de que ser inculto e sua falta de senso de humor! sou cristao e sou feliz, mas infeliz e quem me diz! rs rs rs

Anônimo disse...

a interpretacao que ele fez sobre o catolicismo não tem nada a ver! o verdadeiro cristao pode ser catolico ou protestante, desde que esteja em cima da biblia!

e só pra provocar os evangelicos mais revoltosos eu defendo o catolicismo e tenho o papa atual e o ex exemplos. alias, ele está alertando o mundo sobre o problema da falta de valores cristaos.

e como dica de leitura sugiro Confissoes, de STO. AGOSTINHO e tmb o livro O MONGE E O EXECUTIVO.

Blog Widget by LinkWithin