15.10.06

Nova vida (2)

"Não paguei o que eles determinaram? Paguei. Tudo o que me mandaram na cadeia, eu obedeci. "Abaixa ali; levanta; abre os braços; deita no chão sem roupa." Só não morri porque ninguém teve a idéia de me mandar dar um tiro na cabeça.

"Mas um dia, logo que chegou, pensou em suicídio: "Olhei para uma torneira alta na cela e me passou pela cabeça amarrar ali a calça e me enforcar. Mas aí pensei nos meus pais: já tinha dado desgosto suficiente a eles", diz Guilherme, que é filho temporão de um professor universitário aposentado e de uma dona-de-casa, tem três irmãos e foi criado em boas escolas.

A irmã mais velha, Simone, 50, conta que, desde o episódio fatídico, a família nunca mais foi a mesma: "Éramos pessoas comuns, sem tragédias em nossa história. Não conseguia identificar aquele monstro exposto na mídia com o irmão que conhecia desde que nasceu. Não tínhamos preparo para o bombardeio que se seguiu".

Simone diz que, além do sofrimento óbvio, a família arcou com a "indescritível" repercussão. "Quando me separei do meu marido, uma revista publicou que "a irmã de Guilherme de Pádua pegou o marido transando com a mãe dela". Um dia, a multidão de repórteres era tamanha na porta da casa do meu pai que precisei sair com ele, deprimido e dopado, na mala do carro", lembra.

No dia em que deixou a cadeia, Guilherme conseguiu fugir da imprensa e hospedou-se na casa de um amigo no Rio. Comprou uma passagem de avião para Belo Horizonte, mas só para despistar os repórteres. Viajou de carro com os pais.

trecho 2 da entrevista de Guilherme de Pádua à Folha de S.Paulo.

Um comentário:

Anônimo disse...

A moça da foto, se é a sua esposa, até lembra as características físicas da Daniela Perez, não é?
Coisa doida!

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