10.11.06

Crianças em chamas (2)

O crítico de cinema Amir Labaki, diretor do É Tudo Verdade, pretende trazer o documentário para a edição de 2007 do festival paulista. Por enquanto, é possível ver trailers no YouTube.

Relativamente bem-sucedido nos cinemas americanos, com uma renda que já passa de US$ 600 mil (quase R$ 1,3 milhão), o documentário narra a rotina, no acampamento, de três seguidores da teologia do cristão renascido -Rachel (9), Tory (10) e Levi (12)- e de Becky Fischer, pastora que ensina ao seu rebanho infantil que o aquecimento global é um mito da ciência. E que Harry Potter é discípulo do demônio.

Fischer, que faz seus pupilos carregarem fetos de plástico em manifestações contra o aborto, afirma ainda que o Kids on Fire é uma versão "anódina" de instituições similares no mundo islâmico, onde crianças seriam treinadas para se tornar homens e mulheres-bomba.

Vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Tribeca, "Jesus Camp" foi dirigido por Heidi Ewing e Rachel Grady, cujo documentário anterior, "The Boys of Baraka", acompanhou Devon Brown, pastor de uma igreja de Baltimore. Com o novo filme, as diretoras queriam ampliar a discussão do primeiro, falando não só da devoção de crianças mas também da relação entre religião e política nos EUA.

A imprensa americana considerou o filme um retrato contundente do fundamentalismo pentecostal nos EUA e de sua perigosa ingerência na política do país. Grady ressaltou numa entrevista que os "evangélicos não estão fazendo nada ilegal". Na verdade, estariam "abraçando e utilizando a democracia em todo seu potencial".

Em entrevista à Folha, Ewing também relativiza."Acho que o filme só é assustador para aqueles que já têm uma noção preconcebida ou impressão negativa dos evangélicos. Nós [diretoras] ficamos impressionadas com a seriedade com que as crianças tratam sua devoção e o quanto ela significa para elas. As crianças nunca pareciam entediadas no acampamento, simplesmente queriam mais e mais", diz Ewing, que defende a imparcialidade de seu filme.

fonte: Folha de S.Paulo

Um comentário:

Anônimo disse...

Outras insituiçoes sérias por certo vão sofrer pressões da midia americana. É sempre assim: uns erram e todos saem no prejuio.

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