10.11.06

Crianças em chamas (3)

"Como documentarista, você deve ser capaz de separar sentimentos pessoais do assunto e tentar ao máximo entender o mundo da perspectiva dos personagens do filme. Uma vez que passamos pelo choque inicial de ver as crianças tão emocionadas durante as missas e atividades, fomos capazes de focar nossa atenção nelas, em seus pais e seus objetivos."

Ewing, que é católica, e Grady, que é judia, evitaram tomar partido. Mas não abriram mão de adicionar conflito à medida que viram seu filme correr o risco de virar um vídeo institucional do Kids on Fire.

A dissensão veio na voz de Mike Papantonio, apresentador de um programa de rádio cristão. Para ele, a educação das crianças do acampamento está, sim, ultrapassando os limites entre Igreja e Estado.

Papantonio também se preocupa com a agressividade que exala das imagens. Numa entrevista com Fischer, ele diz: "Você pode dizer qualquer coisa a uma criança. Pode transformá-la num soldado que carrega uma metralhadora".

Ted Haggard é a face mais obscura do movimento

Antes mesmo de seu envolvimento com um garoto de programa virar notícia, a imprensa americana já vinha chamando Ted Haggard de exemplo da face mais obscura do fundamentalismo retratado em "Jesus Camp". O pastor, de 50 anos, casado e pai de cinco filhos, aparece condenando o homossexualismo para uma multidão.

"Não precisamos discutir o que pensamos sobre a atividade homossexual. Está escrito na Bíblia", diz o pastor, que olha para a câmera, e faz uma "piada": "Acho que sei o que você fez na noite passada. Se me der US$ 1 milhão, não contarei à sua mulher" (vídeo).

A crítica acolheu bem o documentário. Ressaltou o bem-sucedido intento das diretoras de manter a imparcialidade. Mas foi enfática: "Jesus Camp" revela um preocupante retrato do fundamentalismo evangélico no coração da América. Para o "Washington Post", o filme mostra "crianças sendo radicalizadas espiritual e politicamente". A revista "Time" falou de infância "violentada" e acusa os pastores de estarem fechando as mentes das crianças.

O "New York Times" apontou que a pastora Becky Fischer não esconde sua expectativa de que o movimento evangélico um dia irá colocar termo à separação entre Igreja e Estado nos EUA. E que o filme "explora seus eficientes métodos para mobilizar o exército de Deus, [de modo que] a expectativa parece razoável".

fonte: Folha de S.Paulo

4 comentários:

Anônimo disse...

Nesse vídeo 7, a menina tem o espírito do "Jamaica" aqui do blog. Dêem uma olhadinha, o braço tá cheinho de pulseira. Só não tem pulseira nova da "Jamaica", porque ainda nõa tinha sido comprada!

Anônimo disse...

Eita, Jamaica! Pêgo! rsrs

Anônimo disse...

Te achei, Pava!
Jamaica agora? Cada hora um apelido novo, como diria o RC: "São tantas pulseiras!"...rs
Bjão e BFS!

Anônimo disse...

Aê Jamaica !

Gostei muitos dos posts hj! Bem interessantes! Boa inspiração para escolha dos próximos!
VLW!
Bjus

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