Sim, tem gente que ainda casa, no cartório e na igreja. Domingo mesmo fui a uma festa do casório de um irmão ali em São Miguel Paulista, na zona leste desta babilônia em transe, além muito além dos jardins.
Quando voltei, li nas folhas que entre os bacanas essa onda também continua. Há uma fila de dois anos para se casar na Nossa Senhora do Brasil, templo de playbas paulistanos, lê-se plêibas, corruptela de playboys, como são chamados os maurícios endinheirados desta província de São Paulo de Piratininga. Esperar dois anos para casar, é mole? Ainda mais num mundo em que os amores se desmancham no ar como as bolhas de sabão dos nossos filhos.
Na noite de ontem -a festa deve seguir até agora, meia-noite e pouco-, as Casas Bahia bancaram o maior casamento por interesse da história do varejo brasileiro: 200 pombinhos se amarraram no altarzão coletivo. Siimmmmmmmmmmmmm, foi o maior uníssono que o velho cupido escutou em toda a sua carreira de flecheiro universal de corações.
Nas próximas três segundas rolam mais 300 casórios na loja do Anhembi. Siiiiiiiiiiimmmmmm, agora se casa em loja de eletrodomésticos aqui em São Paulo, a Igreja Católica virou anúncio de geladeira. Quer marketing mais perfeito, quer coisa mais profissa? O velho, competente e bom Samuel Klein, proprietário de um dos negócios mais bem-sucedidos do país, que o diga.
Se casamento fosse bom, como diz um forró genial do Trio Nordestino, não precisava testemunha. É, mas pelo que tem se visto ultimamente, vestido de noiva é a maior tendência, fashion pra cacete.
Simmm, eu prefiro a felicidade clandestina, tia Clarice, mas desejo toda sorte do mundo ao meu irmão Dárcio, sua noiva Priscila… e aos 200 periquitosos corações que se casaram no altar –“quer pagar quanto?”- de ofertas do rei do varejo. Mas, por favor, sem discussão de relação, isso é coisa pra burguês entediado!
Xico Sá, no blog Ponte aérea/SP.
29.11.06
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