21.12.06

Menino(a) Jesus (1)

Desde 20 de novembro, o bispo emérito de Franca, dom Diógenes Silva Matthes, 75, cumpre uma obrigação diária: telefona para o diácono Fábio Costa, 49, da vizinha cidade de Patrocínio Paulista (a 413 km de São Paulo), e pede notícias: "Você já foi ver o meu menino Jesus hoje?".

Dom Diógenes se refere ao bebê Marcela de Jesus Galante Ferreira, 25 dias de vida completados na última sexta-feira. Diagnosticada anencéfala desde que era um feto de quatro meses, de Marcela de Jesus esperava-se que morresse ainda no útero da mãe, a agricultora Cacilda Galante Ferreira, 36.

Como a gravidez chegasse a termo, e a mãe começasse a sofrer as dores do parto, uma cesárea deu Marcela à luz -aí o consenso científico previa que viveria poucas horas. No máximo, dias.

Esse consenso fundamentou a concessão de dezenas de autorizações judiciais para a "antecipação do parto de fetos anencéfalos ou inviáveis". Na prática, trata-se de uma "interrupção da gestação" ou "abortamento", mas essas expressões pouco aparecem nos textos dos juízes porque o Código Penal em vigor só autoriza o aborto em casos de estupro ou risco de vida para a mãe.

Com a anencéfala Marcela de Jesus (o nome é uma homenagem ao padre da Renovação Carismática Marcelo Rossi), a mãe dela, Cacilda, foi informada, assim que diagnosticado o problema no feto: poderia pedir autorização para "antecipar o parto". Católica, a mãe recusou a sugestão.

Cacilda relembra: "Os médicos nunca me davam esperança nenhuma. Todas as vezes que eu ia ao médico saía triste. Mas era só sentir o bebê se mexendo e chutando a minha barriga que eu ficava feliz de novo."

No dia 20, uma segunda-feira, dia do nascimento de Marcela, o padre da paróquia de Patrocínio, Cássio Dias Borges, estava de folga. O jeito foi chamar Fábio Costa, diácono há cinco anos, com autoridade para ministrar os sacramentos, batismo entre eles.

Costa assistiu ao parto de pé, ao lado do marido de Cacilda, Dionisio Ferreira. Tudo muito rápido, cortou-se o cordão umbilical da criança, ela foi limpa e aspirada. E começou o batismo, correndo, para evitar que a menina morresse pagã. O pai chorava na sala; a mãe ainda estava sendo suturada -não pôde assistir à cerimônia. Água benta lançou-se três vezes na cabeça de Marcela, enquanto os homens rezavam. Ninguém acreditava que o bebê agüentaria.

Contra todas as previsões, entretanto, o coração da menina desprovida de córtex cerebral continuou batendo. Ela reage como que assustada quando no quarto da Santa Casa de Patrocínio, onde está internada, toca o triiiiim do velho telefone ainda com disco.

Quando alguém põe o dedo perto de sua mãozinha, ela o agarra, como qualquer bebê.

Sente dor "na parte que lhe falta da cabeça", como explica a pediatra Marcia Beani Barcellos, que cuida dela.

fonte: Folha de S.Paulo

2 comentários:

Anônimo disse...

Longe de ser sobrenatural esse evento evoca o costumado desconhecido da natureza. As sucessivas superposições das teorias da vida levam a equívocos e a surpresas como essas. Pasmem os cientistas e arautos da deificada medicina: não ocorreu o que os prognósticos e estatísticas "provaram". Deus permanece soberano e as frustrações que vivemos mostram mais evidentemente que Ele está no controle de tudo. Essa criança é uma frustração das boas. De certo que místicos se aproveitarão do fato para divinizar as suas superstições ou canonizar este ou aquele indivíduo, no intuito de auferir qualquer lucro, mas se há alguma glória, ela pertence a Deus que dá a vida a quem e quando quer.

daniel reginaldo disse...

Bom Dia Amigos! Gloria a Deus,pelas maravillas que ele face , meu portugues nao e bom, so argentino misionario em Angola, mais sempre e um praser ter noticias como a desta mininha, eu tambem pode ver a mao de Deus na minha filha e se que os milacros de Deus son reais.Um abarazo e Deus os abencoe.
Presbitero
Daniel Burchkardt
AEAD Argentina

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