Ele se autodesignava Turkmenbashi (pai de todos os turcomenos). Seu rosto aparecia nas cédulas de dinheiro, rótulos de vodca e das caixinhas de chá. Também levam seu nome a maior mesquita da Ásia Central, um porto do Mar Cáspio, um planeta na constelação de Touro e um meteorito que por acaso caiu no Turcomenistão.
A megalomania de Saparmurat Niyazov era caricatural. Nem mesmo o iraquiano Saddam Hussein ou o sírio Bashar al Assad pensariam em forçar os médicos a fazerem o juramento em seu nome em lugar de evocar o grego Hipócrates.
Estátua em sua honra, banhada a ouro e com 95 metros de altura, foi erguida no centro da capital e se movimenta de tal forma que seus olhos estão sempre voltados ao sol.
Niyazov concebia seu poder como algo invasivo da esfera privada dos compatriotas. Era proibido, por exemplo, tocar música gravada em casamentos, colocar prótese de ouro nos dentes ou, às mulheres, passar batom nos lábios.
O ditador fechou a Orquestra Filarmônica, a Academia de Ciências, a Academia de Medicina, todas as bibliotecas e os postos de saúde em zona rural. Ele prometia o paraíso, após a morte, para quem lesse três vezes um livro canhestramente moralista que escreveu.
fonte: Folha de S.Paulo
A lista de proibições é pra lá de ridícula, mas vetar música gravada em casamentos é bizarrice pura. Teria a Ordem dos Músicos estendido seus parvos tentátulos?
23.12.06
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