Carmita Abdo, psiquiatra e fundadora do Projeto Sexualidade (ProSex) do Hospital das Clínicas, também está cansada de tentar dissuadir homens que, depois de receber aqueles spams (“Enlarge your penis!”, “Gain 2 inches!”, “Aumente seu pênis já!”), acreditam que existam métodos capazes de fazer de qualquer Alvy Singer, em pouco tempo, um Long Dong Silver — o legendário ator pornô samoano, cujo pênis, ereto, media 47 centímetros.
“Todo homem gostaria de ter o pênis o mais avantajado possível. Você encontra isso em qualquer faixa etária, em qualquer classe social.” Até Vinicius de Moraes — como conta Chico Buarque, ao final do filme Vinicius — disse que, caso lhe fosse concedida outra vida, gostaria de voltar igualzinho, só com “o pau um pouquinho maior”. Segundo Glina e Abdo, por enquanto, a única forma de aumentar o pênis é mesmo a proposta pelo poeta: morrer e nascer de novo.
Tarefa nada fácil é convencer os (im)- pacientes de que, neste ponto do corpo, ao contrário do nariz, orelhas e outros órgãos em que a cirurgia plástica manda e desmanda, anatomia ainda é destino. Afinal, ao digitar “aumento de pênis” no Google, o sujeito angustiado encontra 187 mil resultados, muitos prometendo o fim de seu complexo de inferioridade.
Vão de tratamentos com bomba a vácuo a extensores com elásticos ou molas, passando por pesos, cirurgias, implantes, injeções de gordura, meta-acrilato, gel russo, cosmo gel, pílulas e até técnicas árabes de massagem “que sempre existiram, mas nunca foram transmitidos para a cultura moderna” e “que têm servido a milhões de homens através dos séculos”.
trecho de matéria que saiu na (excelente) revista Piauí.
18.12.06
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