Esta fase do ano é propícia para suspender mágoas e lides, em busca de trégua e alívio. Época de cumprir os rituais prazerosos dos votos e dádivas, reafirmando laços de afeto e confiança. Para cristãos, um tempo em que se capta a luminosidade original erguida sobre as águas profundas e escuras do universo primevo, ato simbólico da criação divina.
Culminando as obras visíveis, o homem, posto no centro do mundo, é investido da razão e dignidade naturais que o distinguem das feras e o tornam apto a compreender e imitar os desígnios divinos de justiça, bondade e amor. Um tempo em que ele, frágil e obscurecido pelo pecado, é salvo, mantendo o poder de livre escolha e decisão responsável capazes de guiá-lo para a verdade, beleza e virtude.
Maria Sylvia Carvalho Franco, na Folha de S.Paulo.
25.12.06
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