2.1.07

Expurgação

Desde que inaugurei Contemporânea, em meados de maio de 2006, no bojo das reformulações propostas pelos editores de NoMínimo, apostava nessa idéia que foi parar na capa da Time e copiada pela Época: você, leitor, deveria ser a grande personalidade da web.

Os meses foram passando e fui acumulando decepções: cheguei a publicar um link para um texto de um norte-americano que explicava sua frustação (sic) ao participar de debates em caixas de comentários de blogs.

Em todos esses meses, procurei participar das conversas, menos para intervir, mais para esclarecer, acrescentar, debater. Mas ao ler a reportagem da Time, essa que escolheu você como personalidade do ano, fico pensando no quanto ainda somos imaturos para essa liberdade toda que a web oferece.

Coleciono uma lista de baixarias de leitores que definitivamente não merecem ser escolhidos como personalidade de 2006 – afinal, um ano como outro qualquer, não fossem a derrota na Copa do Mundo e a vitória de Lula nas eleições e o maior acidente aéreo da história brasileira.

No período entre as festas, quando estive de folga, decidi fechar a caixa de comentários. A partir de hoje, a participação volta a ser aberta, mas por enquanto a minha única decisão de Ano Novo – além da dieta, esse projeto universal no dia 2 de janeiro – é a de eliminar sumariamente comentários grosseiros e banir seus autores desse espaço.

Em nome do bom andamento dos debates e numa aposta que, para que você, leitor, venha a merecer esse prêmio todo, é bom começar 2007 garantindo espaço aos bons – que los hay, los hay – e expurgando tudo aquilo que não contribui para que 2007 seja, enfim, glorioso.

Carla Rodrigues, no blog Contemporânea.

"Ainda somos imaturos para essa liberdade toda que a web oferece." Concordam c/ essa frase da Carla? Como seria possível adquirir a tal "maturidade"?

2 comentários:

Anônimo disse...

Creio que a maturidade que precisamos é entender que nos basta emitir nossa opinião sobre os assuntos, respeitando a opinião do outro, sabendo que a nossa verdade não é a única verdade do mundo. Por que agredir ao outro com palavras pesadas? Será que queremos forçá-lo a ter nossa opinião pela violência das palavras? Será que queremos manipulá-lo a pensar como nós? Se o que dissemos vale a pena, fiquemos tranqüilos... as pessoas aproveitarão. Jesus não agiu manipuladoramente. Fez as maiores confrontações que o mundo já viu, sem querer empurrar sua opinião goela abaixo de ninguém. Portanto entendo que para nós basta afirmarmos o que vemos como certo. Nosso prêmio é esse, o direito de ser quem somos e nos expressarmos. Se os outros gostarem do que dizemos e aplaudirem, ótimo. Senão, também está tudo ok. Basta sermos. Assim é nosso Deus. Ele é. Se o que sou é bom, que todos aproveitem e se lambuzem... se é mal, joguem fora mesmo.

Jesus nos ensinou também que vamos arcar com as conseqüências de nossas opiniões, mesmo quando elas são a verdade. Por suas opiniões ele foi pregado na cruz. Contudo para ele bastava ter a consciência tranqüila que disse o que entendia ser correto. Vejo isso como exemplo para os afoitos no falar... podemos sofrer conseqüências dolorosas. Se tivermos que sofrer que seja por algo que dissemos de bom e o outro não teve capacidade de alcançar. Contudo sofrer por palavras desleixadas e sem o cuidado com o próximo é muito mais doloroso. Dói na consciência. Dói na alma.

Perdoem-me pelo texto meio sermão. Mas é por aí que eu penso.

Um abraço a todos!

Feliz 2007!

Anônimo disse...

A liberdade de fazer tanta besteira permitirá que a próxima geração seja mais consciente.
Vide os filhos e netos de Woodstok todos caretíssimos

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