O anúncio jogou os holofotes sobre a moça até então lembrada como "a filha do Silvio que foi seqüestrada". O crime, em 2001, fez da paulistana Patricia um rosto conhecido de todo o Brasil. Levada da garagem de casa por marginais disfarçados de carteiros, só foi libertada sete dias mais tarde, após o pagamento de um resgate estimado em 500.000 reais, valor nunca confirmado pela família.
Ao retornar, deu uma entrevista coletiva para a multidão de jornalistas que pisoteava o bem-cuidado jardim da mansão dos Abravanel, no Morumbi. Ao vivo diante das câmeras, mostrou ter herdado não só as feições do pai, mas também seu carisma. Simpática, articulada e falando pelos cotovelos, encarou a imprensa como quem viesse não do cativeiro, mas de uma tarde no shopping. Contou ter se compadecido dos seqüestradores e aproveitou a exposição para fazer algo que adora: pregar. Evangélica fervorosa, ela havia se convertido à igreja Vida Nova dois anos antes. "Meu pai ficou mal porque ele é o único da família que não tem Deus", gritou, da sacada.
Falar de Patricia Abravanel sem mencionar religião seria como tentar dissociar Silvio Santos dos programas de auditório. Ela evoca o nome de Deus e recita trechos da Bíblia a cada meia dúzia de frases. Demonstra o mesmo entusiasmo com que o pai empurra carnês do Baú para as colegas de trabalho. Nos cultos, lança mão de outra habilidade: sua formação de bailarina clássica, iniciada aos 4 anos de idade. "Ela é de uma leveza encantadora", diz a socialite Claudia Saad, freqüentadora da Vida Nova. "Quando dança, parece um anjo."
Não fosse o sempre acalorado discurso religioso, Patricia nem pareceria uma evangélica de carteirinha, aliás pastora graduada no seminário da Vida Nova. Veste roupitchas descoladas que em nada lembram o estereótipo saião e cabelo batendo no joelho. Usa Louis Vuitton e Diesel, entre outras grifes famosas que compra em viagens internacionais. Faz as unhas toda semana e luzes a cada dois meses. Encara quarenta minutos de esteira todo dia para manter seus 50 quilos (10 a menos que na época do seqüestro). "Na minha igreja, só tem mulher maravilhosa", afirma. "A religião permite, sim." (continua)
16.1.07
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