16.1.07

É a Patricia lá, lalalalá lalá (4)

A menina voluntariosa desabrochou numa adolescente rebelde. No 3º ano do ensino médio, foi expulsa da escola em que estudava, a bilíngüe Graded School, no Morumbi. Concluiu o ano no Colégio Pentágono. Alternava, na época, as delícias de ser herdeira de quem é com as encucações geradas exatamente pela mesma condição. Ia às melhores festas, com rapazes interessantíssimos, e, terminado o agito, começava a dúvida: eles gostam de mim ou da conta bancária do papai?

Acabou com depressão. "Sentia culpa por ser rica e bonita, mas infeliz", lembra. Tentou dar a volta por cima indo cursar publicidade em Londres. Não se adaptou e voltou ainda pior, com transtornos alimentares. "Tive bulimia e anorexia", revela. Preocupados, os pais a fizeram encarar sessões diárias de terapia. "Tomei Prozac durante quatro anos, até o dia da minha conversão."

Aí, começou outra fase de altos e baixos. Silvio educou as filhas para, como ele, serem judias. No fim dos anos 90, Íris, católica convertida ao judaísmo, reconverteu-se ao cristianismo, dessa vez como evangélica. Nem bem teve tempo de assimilar a novidade, ele soube que as meninas seguiam o mesmo caminho. Um dia, confrontou a mulher: "Ou Jesus ou eu". Ela escolheu a religião, e ele deixou a casa. Voltou dois meses depois, quando Patricia foi seqüestrada, o que faz a moça considerar o crime obra da providência divina. "Depois disso, meu pai nunca mais foi embora", explica. Hoje, garante, prevalece na família um clima de respeito inter-religioso mútuo.

Na véspera do Ano-Novo, Patricia deu início à fase final de sua preparação para assumir definitivamente uma parte dos negócios do pai. Embarcou com o marido para uma temporada de dois anos de estudos nos Estados Unidos. Apesar da distância, acompanha cada lance dos seus empreendimentos – além do hotel e dos shows, ela ajudou a criar a marca de cosméticos Jequiti, lançada em outubro passado – por meio de telefonemas semanais e videoconferências. "Quero deixá-la sossegada para estudar, mas sei que ela não vai se desligar um minuto", diz Rafael Palladino, presidente do Banco Panamericano. Mentor da moça em assuntos profissionais, o executivo conta que ela não sabia nada de negócios quando começou na empresa. "Patricia aprendeu com uma velocidade impressionante."

É nesse ritmo acelerado que a agora estudante pretende superar seu maior obstáculo: a formação acadêmica nunca concluída. "Morro de vergonha de não ter terminado nenhuma faculdade", admite ela, que vai cursar comunicação e administração. Até nisso lembra o pai, self-made man que começou camelô e se tornou quem é apenas com um diploma de técnico em contabilidade.

fonte: Veja SP

2 comentários:

Anônimo disse...

Num periodo que os evangelicos pisam na bola e todo mundo fica falando é bom ver uma serva de Jesus dar seu testemunho.

Anônimo disse...

De adolescente rebelde para uma serva do Senhor, dá acreditar que sua conversão foi verdadeira. Pois, "se Filho voz libertar verdadeiramente sereis livre"

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