O casal Sonia e Estevam Hernandes, líder da Igreja Renascer, é a representação radical de um dos ramos evangélicos que mais crescem no mundo: a teologia da prosperidade. A doutrina, na versão distorcida dos Hernandes, baseia-se numa relação com o divino do tipo toma-lá-dá-cá, em que Deus pode manifestar o seu amor na forma de um Fusca ou de uma Mercedes, dependendo da generosidade com que o fiel abre sua carteira no momento de fazer doações à igreja.
Na semana passada, VEJA teve acesso a um documento que ilustra quão a sério a fundadora da Renascer encara os preceitos que defende, ao menos na parte que se refere à ausência de culpa pelo usufruto dos prazeres terrenos. Em uma agenda datada de 1996, a auto-intitulada "bispa" Sonia lista seus sonhos de consumo, louva a Deus pelos bens já conquistados e clama a Ele por uma casa na praia, outra em Miami, mais cartões de crédito internacionais e mais talões de cheques. Dez anos mais tarde, conforme mostra levantamento feito pelo Ministério Público, a bispa conseguiu tudo o que queria – e muito mais.
A lista de bens que o casal Hernandes acumulou nas duas últimas décadas só não é mais impressionante do que a relação de dívidas e processos judiciais que contraiu no período. Estima-se que os líderes da Renascer, criada em 1986, tenham amealhado um patrimônio pessoal de pelo menos 19 milhões de reais – incluindo casa na Flórida, fazendas e um haras, o Reobot, na região de Atibaia, a 67 quilômetros de São Paulo.
A propriedade está no nome da filha do casal, Fernanda Hernandes, e de seu marido, o ex-modelo Douglas Rasmussen. Tem piscina, lago, quadra de tênis, heliponto, lancha e jet skis, além de 259 cavalos da raça manga-larga marchador, esses em nome de outro filho, Felippe Daniel. A situação da Renascer, em compensação, não tem nada de próspera.
As dívidas da igreja hoje somam 12 milhões de reais e já geraram 110 ações cíveis. Boa parte delas foi impetrada por credores de empresas do grupo. Outra parte está sendo movida por fiéis que emprestaram seu nome como fiadores dos negócios da Renascer e agora estão sendo cobrados na Justiça.
fonte: Veja
3.1.07
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2 comentários:
E ainda há quem defenda essa dupla.
Ainda dizem que tudo não passa de "obra do inimigo".
E que obra, não?
Absurdo.
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