Ócio criativo, a expressão cunhada pelo pensador italiano Domenico De Masi, até hoje ainda me parece uma idéia interessante. Fazer rigorosamente nada – é isso que realmente repousa. Mas hoje, o que regula o ócio é o negócio, como afirma artigo publicado na Revista Ñ, edição cultural do Clarín.
O negócio agora regula o ócio, estipula o tempo de descanso, cria inclusive um ócio forçado ou desocupação, e considera a busca por um ócio genuíno como algo exótico.
O texto traça a trajetória história do ócio para afirmar que desde que o cristianismo inventou o trabalho, ninguém escapa. Por isso, hoje é impossível experimentar o verdadeiro ócio, o luxo de contemplar e criar sem nenhum compromisso com a produtividade.
Por isso, até o intelectual, que era aquele quem aproveitava as delícias do ócio, entra na modernidade trabalhando e deve produzir e vender seu produto ao mundo do negócio, palavra cuja etimologia vem de negação do ócio.
Carla Rodrigues, no blog Contemporânea.
7.2.07
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