15.2.07

O mundo jaz

Cada vez mais comum, o golpe do falso seqüestro por telefone terminou deforma trágica, na segunda-feira, 12, à noite, em São Caetano. A aposentada MérciaMendes de Barros, de 67 anos, morreu de enfarte após receber uma ligação na qual obandido dizia ter seqüestrado seu filho.

O boletim de ocorrência ainda não foi registrado porque os parentes de Mércia tememrepresálias. O drama da família começou com uma ligação telefônica recebida em casa.

"Ela atendeu e logo ouviu um rapaz gritando, chorando: 'Mãe, vem me salvar'", contou o viúvo, José Pereira de Barros, de 65. Barros pegou o telefone e durante dez minutos conversou com o criminoso, que exigiuR$ 60 mil e recargas de cartões de telefones celulares.

A aposentada saiu correndo de casa e pediu a ajuda de vizinhos. Uma amiga passou a negociar com o criminoso enquanto Barros se preparava para sair e sacar dinheiro. Mércia começou a passar mal. Ela sentia falta de ar e tontura.

"Era cardíaca e havia acabado de sair dohospital. Saí de casa para pegar dinheiro no caixa eletrônico e a deixei fazendo inalação." Enquanto isso, outro vizinho tentava localizar o filho do casal.

Não deu tempo. Mércia teve parada cardíaca sem saber que estava sendo vítima de um golpe. Logo depois, o vizinho conseguiu falar com o rapaz pelo celular. Quando Barros voltou para casa com R$ 800, ficou sabendo que a mulher havia morrido e o filho nunca tinha sido seqüestrado.

"Eu já tinha ouvido falar nessa farsa, mas, na hora que você recebe a ligação, o desespero toma conta. Ainda mais porque eu acho que o mesmo homem fazia três vozes diferentes. Parecia o bandido, fingia ser meufilho chorando e um criminoso muito nervoso", disse Barros, casado com Mércia havia 38 anos e pai de três filhos. "Somos atacados e assassinados dentro de casa. Pelo telefone."

fonte: O Estado de S.Paulo
colaboração: Marília Cesar

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