A cineasta Alexandra Pelosi, falando de seu documentário "Friends of God" (Amigos de Deus), sobre os evangélicos dos estados americanos de maioria republicana, disse que é possível as pessoas de todas as vertentes conviverem em paz, desde que consigam passar por cima das questões incandescentes do aborto e do casamento homossexual. Talvez ela peque por excesso de otimismo.
A diretora, que é filha da presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, percorreu o chamado "cinturão bíblico" americano (a região do país em que a prática fervorosa da religião protestante evangélica faz parte da cultura local) para registrar imagens de fiéis fundamentalistas, além de campos de minigolfe, federações de luta livre, clubes de automobilismo e parques temáticos cristãos.
Seu guia durante boa parte da viagem foi Ted Haggard, presidente da Associação Nacional de Evangélicos, que tem 30 milhões de membros, até sua renúncia, em novembro, que aconteceu depois de virem à tona evidências de seus relacionamentos gays e consumo de drogas. O filme foi completado mais ou menos uma semana antes da renúncia de Haggard, e Pelosi optou por não rever as entrevistas.
Mesmo assim, as partes mais perturbadoras do filme não tratam do aborto, do casamento homossexual ou mesmo das críticas lamentáveis feitas à teoria da evolução. O que mais perturba no documentário é a facilidade demonstrada pelos evangélicos, tanto jovens quando velhos, em aceitar qualquer coisa que lhes é dita por figuras de autoridade como sendo parte figurativa ou literal dos Evangelhos. Eles se mostram como autômatos, incapazes ou não dispostos a questionar o que dizem seus líderes.
Também se revela difícil assistir as cenas com pessoas que, apesar de terem eleito um presidente evangélico e terem criado gigantescas redes de rádio e televisão, além de uma base de poder que não perde para nenhuma outra, ainda se sentem integrantes de uma minoria perseguida.
Se a intenção de Alexandra Pelosi foi mostrar que a fé evangélica sufoca a razão, ela conseguiu seu intento.
fonte: G1
A notícia foi publicada 20 dias atrás mas permanece tristemente atual.
9.2.07
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Um comentário:
"O que mais perturba no documentário é a facilidade demonstrada pelos evangélicos, tanto jovens quando velhos, em aceitar qualquer coisa que lhes é dita por figuras de autoridade como sendo parte figurativa ou literal dos Evangelhos. Eles se mostram como autômatos, incapazes ou não dispostos a questionar o que dizem seus líderes."
Será que os crentes esqueceram do povo de Beréia? Tanto repetiram que não se pode "tocar nos ungidos do Senhor" que estamos perdendo a capacidade de raciocínio.
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