O deputado federal Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) passou anos batendo duro, muito duro, no PT e em Lula. Agora, quem diria, virou novo ministro da Integração Nacional. Isso sem nunca ter feito qualquer mea culpa sobre as críticas. O ex-presidente Itamar Franco o apelidou, certa vez, de “percevejo de gabinete”.
Observem com que firmeza Geddel faz oposição ao PT nesse elucidativa entrevista a Andrei Meireles, de “Época”, em 2003.
“ÉPOCA – O senhor, afinal, é oposição ou independente?
Geddel – Sem essa de terceira via. Oposição é oposição. O processo eleitoral estabelece que aquele que ganha governa; quem perde fica na oposição. A sociedade optou pelo projeto do PT e nos colocou na oposição. Essa também é a postura ética.”
E continua…
“ÉPOCA – Como o PMDB deveria atuar em relação ao governo?
Geddel – Eu gostaria que o PMDB atuasse agora como fez o PT na oposição, não participando do governo. Nos governos FHC, o PT se fechou na oposição, se manteve coerente, não foi cooptado e não aceitou cargos. Pelo contrário, denunciava aqueles que se encantavam com esse método e, por isso, chegou ao governo. Hoje, o PT usa exatamente os métodos que combatia. No entanto, preservando o próprio partido. O PT está tentando transformar vários partidos em partidos de aluguel, alocando deputados nessas legendas para ter mais facilidade nas votações.
ÉPOCA – Qual é a moeda de troca?
Geddel – Cargos. No caso do PMDB, está sendo oferecida a participação no governo que nós não ajudamos a eleger. A meu ver, não é imoral. É aético politicamente que isso seja feito com partidos e parlamentares que não foram às ruas defender as bandeiras do presidente Lula, que não o apoiaram na eleição.
ÉPOCA – Está dizendo que a adesão ao governo de quem não participou da campanha é um atitude aética?
Geddel – Exatamente isso.”
Merece algum prêmio por ter fingido que era oposição durante tanto tempo. Que interpretação!
Luiz Antonio Ryff, no blog Nonsense.
17.3.07
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