Acusado de ressaltar em seus livros a humanidade de Jesus Cristo (e não a sua divindade), Sobrino, um espanhol que vive em El Salvador há mais de 50 anos, já sabia que seria punido.
O processo de investigação contra o teólogo começou em 2001. Com a publicação oficial da notificação, Sobrino passa a ser o primeiro teólogo a ser "silenciado" no papado de Bento 16.
De acordo com o documento da Congregação para a Doutrina da Fé (o antigo Santo Ofício, cuja função é promover e tutelar a doutrina da fé e da moral em todo o mundo católico), foram analisados dois livros de Sobrino: Jesus Cristo Libertador – Leitura Histórico-Teológica de Jesus de Nazaré e A Fé em Jesus Cristo – Ensaio a Partir das Vítimas.
O Vaticano afirma ter encontrado imprecisões na obra do jesuíta, nascido em Bilbao no ano de 1938.
"O padre Sobrino tende a diminuir o valor normativo das afirmações do Novo Testamento e dos grandes Concílios da Igreja antiga", diz a Santa Sé.
"Tais erros de índole metodológica levam a conclusões não-conformes com a fé da Igreja em pontos centrais da mesma: a divindade de Jesus Cristo, a encarnação do Filho de Deus, a relação de Jesus com o Reino de Deus, a sua auto-consciência, o valor salvífico da sua morte."
No último domingo, o arcebispo de San Salvador, monsenhor Fernando Sáenz Lacalle, antecipou a decisão do Vaticano.
"O padre Jon Sobrino será impedido de dar aulas em qualquer escola católica ou publicar livros até que revise as suas conclusões", afirmou.
Na ocasião, o monsenhor pediu a Sobrino, professor e um dos criadores da Universidade Centro-Americana, que apoiasse os ensinamentos da Igreja "para evitar as controvérsias que ainda geram a atividade dos teólogos liberacionistas, especialmente, em função da 5ª Conferência Episcopal Latino-americana", que será aberta pelo papa no dia 13 de maio em Aparecida.
fonte: BBC
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