18.3.07

Rio de paz (1)

Copacabana não se engana. E viveu ontem na pele uma experiência inédita nas manifestações contra a violência no Rio, desde que ganharam fôlego a partir de 1993, com o movimento Viva Rio.

O calçadão da Avenida Atlântica, num dos mais famosos cartões-postais do Rio, parou e se emocionou diante do "cemitério" com 700 cruzes fincadas na areia, bem em frente ao ponto onde estão do outro lado da calçada o nobre Edifício Chopin e o não menos glamouroso Copacabana Palace.

O movimento Rio de Paz, que vem desde o início do ano mobilizando os cariocas contra a violência, fez um protesto absolutamente original, que vai entrar para a história das manifestações de rua da cidade. O movimento reuniu 30 voluntários, conhecidos como pacificadores, que fincaram na areia da praia as cruzes que representam cada uma das pessoas mortas em dois meses e meio no Estado do Rio, que tem por ano cerca de 6 mil homicídios.

- Estamos preocupados com o crescimento absurdo da violência e acreditamos que só uma grande mobilização de todos vai ajudar a reduzirmos esse número de mortos. Acreditamos que a violência ameaça hoje um valor inegociável da civilização ocidental, que é a democracia - disse o teólogo Antonio Carlos Costa, que coordena o movimento Rio de Paz.

Jorge Antonio Barros, no blog Repórter de Crime.

Um comentário:

Anônimo disse...

Em apenas 75 dias 700 mortes! Estão querendo diminuir a população mesmo, no pé em que andam as coisas e nesse ritmo logo não haverá gente boa no Rio, só os assassinos, matando-se uns aos outros!

O protesto pacífico e bem idealizado foi um dos mais tocantes que ja vi!

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