30.3.07

Rio de Paz (4)

O que ocorreu em Copacabana está muito longe de ser um alarme irresponsável. Nenhuma manifestação por mais funérea que seja seria capaz de traduzir a sangrenta realidade que se vive hoje no Rio.

O carioca já sabe que vive no inferno. O que aconteceu de fato foi a tentativa de sensibilizar um povo que não se dá conta de que a resposta para o problema da criminalidade está nele mesmo – o crime no Rio de Janeiro não resistiria um milhão de pessoas nas ruas todo dia. A barbárie não suportaria uma sociedade organizada ao lado do poder público no combate ao desrespeito àquilo que se constitui na razão de ser da organização de um Estado – o direito à vida.

Os protestos têm assumido esta aparência lúgubre deliberadamente. Não é protesto à brasileira, com gente sambando, sorrindo e se promovendo. Não é hora de cantar e sambar. É hora de chorar. Cariocas estão ficando com os cabelos grisalhos antes do tempo por terem que enterrar seus parentes amados todos os dias – cruelmente assassinados por homens que fazem parte de uma geração que entrará para a história da cidade como a mais malvada de todas as que já passaram pela nossa terra. Leia mais

trecho de msg no blog de Antônio Carlos Costa. Ele é teólogo e presidente do movimento Rio de Paz.

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