Das 500 maiores e mais importantes empresas do país em 1973, só 117 permanecem a atuar com excelência em seus respectivos setores -23,4% do total. A constatação é de estudo coordenado pelo professor Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral.
Segundo os pesquisadores, o motivo para tantas baixas é que essas organizações não foram capazes de criar condições para resistir às mudanças nos fatores sociais, políticos e econômicos ocorridas ao longo desses 32 anos.
Para Delfim Netto, o resultado está em linha com a tendência mundial de concentração econômica, embora o empresário brasileiro conviva com certas perversidades, como a política monetária apertada."Quando se levam em conta 30 anos, o cemitério sempre será maior que a maternidade", resume Delfim. "Só quem tem um comichão pelo risco agüenta ser empresário no Brasil."
Das 383 empresas pesquisadas, a maioria deixou de existir da forma como eram conhecidas em 1973: 36,5% foram adquiridas por outras empresas; 12,4% fecharam por motivos diversos; 10,3% faliram; 9,9% acabaram privatizadas e 9% fundiram-se a outras companhias.
Qual o segredo para manter o mesmo peso no mercado, ou mesmo aumentá-lo?
O primeiro ponto em comum entre as empresas longevas no país é que elas têm consciência de que é preciso expansão contínua: vale engolir as concorrentes, diversificar a área de atuação ou lançar produtos, ocupando novos nichos de mercado. Parte da explicação está no fato de que a perspectiva de crescimento da empresa motiva os profissionais, que vêem aí chances de ascensão.
A segunda particularidade observada no levantamento da Dom Cabral está diretamente relacionada com a cúpula das empresas: a capacidade das lideranças de perceber e antecipar mudanças no ambiente interno e externo, de forma a preparar a equipe para uma guinada, se isso for necessário.
A última conclusão é que o cuidado com processos de sucessão é determinante. As empresas que não souberam preparar seus futuros gestores minguaram.
fonte: Folha de S.Paulo - 9/4/07
9.4.07
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