9.4.07

O monge e os executivos

Tão difícil quanto não ser aceito na empresa em que trabalha é ser obrigado a seguir crenças das quais não compartilha. Essa é a visão do jornalista M.P., 33. Ateu, trabalhou em 2006 em uma empresa cujos proprietários eram seguidores da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

"O mais constrangedor era que me via obrigado a assistir a um ritual coletivo de agradecimento todas as segundas-feiras, no qual uma pessoa pregava e as demais comentavam", diz ele, que, três meses depois, após relatar o desconforto que sentia, foi liberado do ritual.

Ter uma conversa franca com o empregador, aliás, é o melhor caminho para solucionar as diferentes perspectivas de religião no trabalho, segundo especialistas consultados pela Folha.

"Orientamos jovens muçulmanos a ter um bom comportamento profissional, seguindo os preceitos religiosos na medida do possível", diz Sheik Jihad, vice-presidente da Assembléia Mundial da Juventude Islâmica para a América Latina."Conversar com o chefe é essencial para que o homem possa orar na mesquita às sextas-feiras, e a mulher, usar o véu no expediente", exemplifica.

Para a professora da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) Fátima Motta, "ainda existe muita distância entre a religião e as empresas". "Mas algumas organizações já permitem expressões de espiritualidade, como acender incenso. Outras têm espaço para meditar ou praticar ioga. São formas de busca do sagrado."

trecho de reportagem publicada na Folha de S.Paulo.

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