9.4.07

O próprio triunfo nos faz pequenos

Aquilo que escolhemos para lutar é tão pequeno!
O que luta conosco é tão grande!
Ah, se nos deixássemos dominar,
Como as coisas diante de tão imensa tempestade,
Também nos tornaríamos fortes
E não precisaríamos de nomes.

Quando vencemos, vencemos com coisas acanhadas,
E o próprio triunfo nos faz pequenos.
Aquilo que é extraordinário e eterno
Não deseja ser diminuído por nós.
Refiro-me ao Anjo que apareceu
Aos lutadores do Antigo testamento:
Quando os tendões dos lutadores
Ficaram como cordas de metal,
Ele os sentiu, embaixo de seus dedos,
Como se fossem acordes de uma música profunda.

Quem quer que tenha se abatido por aquele Anjo
(aquele que, muitas vezes simplesmente se recusava a lutar)
saiu orgulhoso, fortalecido
e engrandecido daquela mão severa
que o amassou como se quisesse dar-lhe forma.
A vitória não tenta aquele homem.

É assim que ele cresce: sendo derrotado, decisivamente,
Por coisas sempre maiores que ele.

trecho de "O homem que observa", poema de Rainer Maria Rilke.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ai se eu tivesse grana prá contratar você e ter esse show de sensibilidade só prá mim...

Bjoka, querido.

Anônimo disse...

O fã clube do cara continua grande!

Anônimo disse...

com um coração desses...
ele merece

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