Cristo é a antítese do que os leitores poderiam classificar de executivo bem-sucedido. Quando escuto ou leio os trabalhos desses gurus da espiritualidade, lembro-me que todas essas lições negociadas a peso de ouro eu as aprendi gratuitamente na Escola Dominical. O sucesso deles é uma conseqüência direta da falta de educação e cultura religiosas.
Entretanto, isso não significa dizer que os ensinamentos de Cristo não sejam aplicáveis no dia-a-dia dos homens nas esferas moral, espiritual e até mesmo no mundo dos negócios. Eles são muito úteis, mas com uma ressalva: a sua aplicação não significa necessariamente mais lucros nem mais sucesso.
Muitas vezes, eles significam abnegação, renúncia pessoal e sacrifício. "Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos; nem de alforje para o caminho, nem de duas técnicas, nem de sandálias, nem de bordão..." Isso implica que Cristo era contra a riqueza, o progresso e o sucesso material? Claro que não. Ele era contra aquela coisa que domina o coração de homens e mulheres e torna-os escravos de seus desejos. O dinheiro não é a raiz de todos os males, mas o amor por ele a qualquer preço. Os calvinistas norte-americanos do século 19 exortavam: "Faça dinheiro, mas pare de vez em quando para avaliar o quanto isso lhe custa".
É bom lembrar que o dinheiro não é onipotente. Ele não ressuscita os mortos, não dá caráter aos corruptos, não compra inteligência para os medíocres e, entre tantas outras coisas, não dá valor a quem não sabe o que valorizar. Cristo não veio ao mundo para construir um império industrial, financeiro ou de serviços. Ao contrário, sua missão era de outra natureza - redentora. "Eu vim ao mundo para que tenham vida e a tenham em abundância."
Seria bom que esses consultores, pregadores e escritores da espiritualidade se debruçassem sobre as palavras do próprio Cristo: "Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens". Claro que a literatura que trata da verdadeira espiritualidade deve ser levada a sério. Afinal, minha formação de berço e acadêmica vem daí. Mas todo cuidado é pouco com aqueles que abusam da fragilidade humana e das organizações, aproveitando-se do despreparo científico-administrativo e do desconhecimento da natureza humana em benefício próprio. (continua)
fonte: Você S/A
Um comentário:
- Verdade é que o filão gospel é real em nossos dias, o que mudou é a maneira como distribuiu a renda, Jesus disse: muitos virão em meu nome e enganarão a muitos.
- Os homens não são chegados a ouvir a verdade, por isso tem cristianismo para todos os gostos, tem o modelo executivo, o modelo religioso, o chique, o radical, o flagelado, o tipo hippie, o gangstar, tem também do tipo moderninho, já vi até trio elétrico cristão, tem a tribo dos tatuados e body piercing, pode?
- Quando Jesus estava dizendo a Pedro que este iria negá-LO, disse mais, o que está escrito em Lucas 22:35-36, que aqueles homens deveriam equipar-se para a pregação do evangelho e se defender.
- O modelo de Igreja de hoje sofreu muita influência da sociedade, porém o que está escrito é: Jesus pediu ao Pai, (na oração sacerdotal Jo 17) que não os tire do mundo, mas que os livre do mal.
- E assim é; as instituições parecem programa de auditório modelo Sílvio Santos, platéia e palco, ao invés de altar e corpos em sacrifício santo...Rm 12
- Enfim, se estamos no mundo, como o Ap Paulo disse, fiz-me fraco com os fracos.
- Essa é a linguagem de hoje, quem sabe daqui a uns anos será uma imagem virtual em 3D um holograma pregando via www2 ou wwwx...
(Lucas 22:35 E disse-lhes: Quando vos mandei sem bolsa, alforje, ou alparcas, faltou-vos porventura alguma coisa? Eles responderam: Nada.
36 Disse-lhes pois: Mas agora, aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e, o que não tem espada, venda a sua capa e compre-a;
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