9.5.07

Jesus Cristo mudou meu viver (1)

A dona-de-casa Maria da Conceição Alves Junqueira, 39, moradora da Cohab de Itaquera (zona leste de São Paulo), curou-se de depressão e suspendeu o álcool, do qual virou dependente com menos de 21 anos. De quebra, parou de "safadeza" com o cunhado que morava na mesma casa e retomou os "deveres conjugais" com o marido.

Engravidou contra todas as expectativas (rugas escavadas no rosto crestado de nordestina dão-lhe aparência mais velha). Agora, embala João Gabriel, três meses, no colo. "Sou uma nova mulher", diz."Estava envolvida com encostos e até tentei suicídio. Uma noite, implorei a Deus por uma chance e chorei. Na manhã seguinte, fui a um templo perto de casa, disposta a dar minha vida ao Senhor Jesus. Veio o batismo e, depois, passei por processo de libertação."

É sem pudor que Maria da Conceição faz o relato. "Por que me envergonharia de contar? O precipício em que eu estava e a felicidade que tenho hoje são o testemunho do poder de Deus."

Segundo o Datafolha, 54% dos evangélicos pentecostais respondem "sim" à pergunta "Você já mudou algum hábito ou deixou de fazer alguma coisa por causa de sua religião?" É gente que diz ter cortado ou reduzido a bebida, deixado baladas e cigarro, mudado as vestimentas, parado de sair com pessoas casadas ou vários parceiros e adotado a abstinência sexual antes do casamento.

Entre os católicos, o índice dos que dizem ter mudado de hábito é de só 9%. Nada menos que 90% dos seguidores do papa Bento 16 confessam não ter deixado de fazer (nem passado a fazer) algo devido à religião.

O sociólogo Ricardo Mariano, professor da PUC-RS, diz que isso ocorre porque as igrejas evangélicas abrigam convertidos. "Uma coisa é nascer católico, religião majoritária, filho de família católica há várias gerações. Outra é se converter evangélico. É preciso ter distinção comportamental para sustentar um comportamento distinto. Vem daí moralidade estrita, ascetismo e puritanismo."

fonte: Folha de S.Paulo

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