14.5.07

Meu chefe é um animal

É possível que seu chefe seja uma pessoa ótima – sábio, gentil, perceptivo, capaz, compreensivo, o diretor que tudo enxerga na comédia do escritório, o tipo de indivíduo que, num mundo ideal, podería-mos desejar ter como parente ou confidente. Ou não. No mundo real, sabe-se que os chefes sofrem de uma longa lista de patologias sociais: agressão nua e crua, roubo de créditos pelas idéias dos outros, microgerenciamento, intimidação e por aí vai.

De acordo com variados estudos, nos Estados Unidos, na Europa e no Brasil, de 60% a 75% dos funcionários de todos os tipos de organização afirmam que o pior aspecto de seu trabalho é o chefe. Não é difícil de acreditar, portanto, na generalizada opinião de especialistas de que “cada adulto empregado terá de trabalhar para um chefe ruim durante um período significativo de sua vida”.

Na natureza, há processos brutais em que um, digamos, leão-marinho especialmente cruel e agressivo acaba no alto da rocha, com todas as fêmeas, enquanto os outros são forçados a esquivar-se sub-repticiamente pela periferia. Os cães, segundo dizem, sempre escolhem um líder que emerge naturalmente através de uma misteriosa linguagem de rituais de dominância, reforçada com uma urinação tática. Será que, de alguma forma, acontece a mesma coisa no mundo do trabalho? Existe alguma lei na vida empresarial que determina que os estúpidos cheguem ao topo?

trecho da matéria de capa da revista Época desta semana

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