11.5.07

O papa, a santa, o frei e os marimbondos

A igreja, por definição, tem de ser conservadora, no sentido de que vive de um código moral, canônico, que ela tem de defender, embora com os tempos a sociedade não o aceite integralmente, considerando muitos de seus valores anacrônicos e irracionais. É seu dever. A igreja política não deu certo.

A igreja revolucionária em armas não é a igreja de idéias de Bento e de João Paulo. A "sede de Deus" vem da vontade do homem de ser imortal, vontade jamais alcançada e, por isso mesmo, chamada por Unamuno de "sentimento trágico". A proposta do Cristo foi a imortalidade da alma, nossa fé.

O papa é um símbolo para todos nós, e o Brasil, no calor e no carinho com que o recebe, mostra o prestígio da nossa igreja, de seu episcopado e de todos os que exercem a missionária tarefa de evangelizar. Não devemos recebê-lo com cobranças que ele não pode atender.

O papa lida com a eternidade. A igreja já avançou quando escondeu o diabo e flexibilizou (palavra da moda) o pecado. Assim, louvemos frei Galvão, santo brasileiro, esperemos santa irmã Dulce e que não demore mais: são João Paulo 2º.

trecho de artigo de José Sarney publicado na Folha de S.Paulo

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