Se para uma multidão de católicos a passagem do papa Bento XVI é celebrada quase como a vinda de Cristo à terra - a adoração em alguns momentos beira a histeria-idolatria - para um grupo igualmente grande e fanático, Jesus voltou no dia 27 de abril, mais precisamente no deserto de Indio, Califórnia.Após oito anos fora dos palcos, a banda escocesa The Jesus and Mary Chain ressurgiu na edição deste ano do festival pop Coachella (confira o vídeo). A volta dos irmãos Jim e William Reid significa para os fãs do indie rock o mesmo que a passagem de Joseph Ratzinger representa para a Igreja Católica no Brasil.
A comparação não é exagerada. A dupla assinou um dos discos mais influentes da história do rock'n'roll universal. Psichocandy, lançado pelos irmãos em 1985, redesenhou a música pop a partir de canções melódicas e assobiáveis embrulhadas em toneladas de distorção e microfonia. O álbum ensinou, 22 anos atrás, muita banda hoje famosa a como fazer pop barulhento e, ao mesmo tempo, acessível.
Sabe aquela banda cristã que você ouve e acha descolada porque ela foge do estereótipo gospel ao pesar a mão nas guitarras? É bem provável que ao menos um dos músicos tenha crescido ouvindo a balada-motosserra "Just like honey", do disco de estréia.
colaboração: Filipe Albuquerque
Um comentário:
O Jesus não era tão bom assim...na verdade sua importância se deu na mesma medida em que foi feito o aprimoramento do som que eles faziam... sim, eles fizeram "barulho" primeiro. Mas coisa melhor é ouvir as bandas que eles inspiraram... que tal o Sonic Youth?... ou o Grunge?
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