23.6.07

Eu sou moleque

"A seriedade excessiva às vezes atrapalha: a molecagem às vezes dá surpresa e fica mais séria do que a pior das seriedades. Esta vida é uma molecagem, diria Augusto Frederico Schmidt diante de mais um amor ou poema fracassado, se ele fosse mais sério para amar ou mais moleque para fazer poemas."

Fernando Sabino, numa das cartas escritas a Clarice Lispector.

4 comentários:

Anônimo disse...

Estou ouvindo a Edith Piaf cantar essa música linda agora... ô que lindo, que lindo. Belo domingo.

Mon manège à moi

Paroles: Jean Constantin. Musique: Norbert Glanzberg 1958
© Nouvelles Editions Méridian


Tu me fais tourner la tête
Mon manège à moi, c'est toi
Je suis toujours à la fête
Quand tu me tiens dans tes bras

Je ferais le tour du monde
Ça ne tournerait pas plus que ça
La terre n'est pas assez ronde
Pour m'étourdir autant que toi...

Ah! Ce qu'on est bien tous les deux
Quand on est ensemble nous deux
Quelle vie on a tous les deux
Quand on s'aime comme nous deux

On pourrait changer de planète
Tant que j'ai mon cœur près du tien
J'entends les flons-flons de la fête
Et la terre n'y est pour rien

Ah oui! Parlons-en de la terre
Pour qui elle se prend la terre?
Ma parole, y a qu'elle sur terre!!
Y a qu'elle pour faire tant de mystères!

Mais pour nous y a pas d'problèmes
Car c'est pour la vie qu'on s'aime
Et si y avait pas de vie, même,
Nous on s'aimerait quand même

Car...
Tu me fais tourner la tête
Mon manège à moi, c'est toi
Je suis toujours à la fête
Quand tu me tiens dans tes bras

Je ferais le tour du monde
Ça ne tournerait pas plus que ça
La terre n'est pas assez ronde...
Mon manège à moi, c'est toi!

Anônimo disse...

“Agora a certeza de imortalidade se desvanecera para sempre. Mais uma vez ou duas na vida — talvez num fim de tarde, num instante de amor, no momento de morrer — teria sublime inconsciência criadora, a intuição aguda e cega de que era realmente imortal para todo o sempre.”

Clarice Lispector, Perto do Coração Selvagem
pág. 215
Francisco Alves Editora
Rio de Janeiro, 1990.

Anônimo disse...

“ E então você não quis mais nada disso. E parou com a possibilidade de dor, o que nunca se faz impunemente. Apenas parou e nada encontrou além disso. Eu não digo que eu tenha muito, mas tenho ainda a procura intensa e uma esperança violenta. Não esta sua voz baixa e doce. E eu não choro, se for preciso um dia eu grito, Lóri. Estou em plena luta e muito mais perto do que se chama de pobre vitória humana do que você, mas é vitória. Eu já poderia ter você com meu corpo e minha alma. Esperarei nem que sejam anos que você também tenha corpo-alma para amar. Nós ainda somos moços, podemos perder algum tempo sem perder a vida inteira. Mas olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada dia. Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não se entende porque não queremos passar por tolos. Temos amontoado coisas e seguranças por não nos termos um ao outro. Não temos nenhuma alegria que já não tenha sido catalogada. Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas. Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos. Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo. Temos organizado associações e clubes onde se serve com ou sem soda. Temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de sermos inocentes. Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de ódio, de amor, de ciúme e de tantos outros contraditórios. Temos mantido em segredo nossa morte para tornar nossa vida possível. Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa. Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos no que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gafe. Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer ‘pelo menos não fui tolo’ e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia. (...)”

Clarice Lispector
Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres
pág. 49-50
Ed. Nova Fronteira
Rio de Janeiro, 1982

Anônimo disse...

A PRIMEIRA PEDRA
Marisa Monte - Infinito Particular - 2006

Atire a primeira pedra
Quem não sofreu, quem não morreu por amor
Todo corpo que tem um deserto
Tem um olho de água por perto

Para ouvir basta abrir os poros
Para aceitar basta oferecer
Para que adiar um desejo
De alguém que lhe quer tanto beijo

Quem de vocês
resiste a uma tentação
Quem pretende revogar a lei do coração

Quem ousaria
Dessas vozes duvidar
Deixa a sua natureza se manifestar

(Comp.: Carlinhos Brown/Marisa Monte/Arnaldo Antunes)

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