30.6.07

Excomunhão

Estou ouvindo o áudio book, "Generous Orthodoxy", do Brian McLaren, presenteado por meu amigo Carlos Alberto Junior. Espero e oro para que alguma editora brasileira se apresse em traduzi-lo (quem sabe inglês deveria comprá-lo imediatamente, aproveitando que o dólar está barato).

Quando ouço esse pessoal da "Emergent Church", com quem tenho grande afinidade, mais me convenço de que o movimento evangélico, ou "evangelical", permita-me o estrangeirismo, é um barco que faz água.

Há algum tempo, afirmei que não me considero mais "evangélico" e causei espanto entre meus pares. Porém, cada dia que passa, quanto mais notícias ruins sobem dos porões denominacionais, e quanto mais o Youtube mostra piadas sobre o besteirol dos púlpitos, mais convencido fico de que nada tenho a ver com o que foi meu berço religioso.

Minha "auto-excomunhão" do movimento evangélico não é estética, embora eu não tolere mais ouvir os cânticos de poesia rala e de música pobre que fazem sucesso; não agüento mais hinos de guerra, convocando os crentes para pisar os inimigos. Nem falo das coreografias das danças. Horrorosas!

Minha "auto-excumunhão" do movimento evangélico não é ética, embora eu tenha nojo do grande número de políticos que, em nome de Deus, exercem seus mandatos com as mesmas práticas que os mais nefastos; não suporto mais conviver com evangelistas e pastores, donos de um discurso radical quanto ao dogma, ao credo, ao moralismo sexual, e que sabem papagaiar a Reta Doutrina, mas se comportam como inescrupulosos manipuladores, sempre ávidos por dinheiro.

Minha "auto-excomunhão" do movimento evangélico não é doutrinária. Eu continuo crendo na Trindade; tenho a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de minha vida; falo em línguas estranhas desde minha experiência pentecostal; creio e dou testemunho de milagres; oro por libertação de endemoninhados e aguardo novos céus e nova terra.

Minha "auto-excomunhão" do movimento evangélico aconteceu porque não posso conviver com auto-proclamados "teólogos" que guardam suas doutrinas e conceitos como verdadeiras vacas sagradas; não gosto do clima de caça às bruxas, que apedreja e queima quem ousa mexer em "cláusulas pétreas".

Não tolero a intolerância, não aceito a exclusão, não me sinto bem com discursos fundamentalistas. Acredito que toda interpretação é interpretação e nada mais, e que ninguém - nem Santo Agostinho, nem Armínio e nem eu - tem a última palavra quanto a verdade.

Minha "auto-exclusão" do movimento evangélico aconteceu porque cansei de ficar tentando ler a Bíblia com o literalismo fundamentalista. Acho fatigante ter que, constantemente, fazer ginástica para explicar com a exegese própria dos evangélicos, textos que discriminam as mulheres em Deuteronômio, ou aquele que Deus manda um espírito de mentira para confundir os profetas. Não quero mais fazer contas para explicar para os adolescentes como a arca de Noé pôde abrigar todos os insetos, mamíferos, aves, répteis e batráquios do planeta.

Minha "auto-exclusão" do movimento evangélico aconteceu porque não tenho mais estômago para ficar ouvindo sermão do tipo: "Deus é poderoso, ele vai fazer milagre", e fechar meus olhos para os exilados de Darfur, ou para os miseráveis que esperam nas filas dos ambulatórios imundos da baixada fluminense. Não quero viver a fé ensimesmada e privatizada que tanto se alastrou, e que busca, ou convive, com o conceito burguês de mundo. Na verdade, não consigo mais orar pedindo bênção, proteção, imunidade, prosperidade ou livramento. Não quero ter que exercitar fé para "ver Deus abrir as janelas do céu".

Minha "auto-exclusão" do mundo evangélico aconteceu porque tenho sede de ser íntimo de Deus; porque, intuitivamente, percebo que a Bíblia possui uma riqueza imensamente maior do que me ensinaram; quero viver na liberdade do Espírito, sem medo das implicações e dos desdobramentos mais "perigosos" dessa decisão.

Minha "auto-exclusão" do mundo evangélico aconteceu porque me apaixonei por Deus de uma maneira que considero linda - mas que fica na contramão da maioria. Estou tão absolutamente cheio de curiosidade sobre dimensões da verdade que, reconheço, jamais compreenderei completamente; estou com sede de ler como nunca li, rir como nunca ri, dançar como nunca dancei; orar como nunca orei. Quero glorificar a Deus com leveza, sem paranóias de que o diabo vai me pegar se eu der brecha ou que serei punido com rigor se pisar na bola.

Minha "auto-exclusão" do mundo evangélico aconteceu porque hoje vejo meu Próximo como amado de Deus e não mais como filho da ira; de repente, comecei a perceber que a Graça foi espalhada sobre a terra assim como o sol, que indiscriminadamente abençoa.

Tento desvencilhar-me da linguagem excludente dos crentes. Já não tenho medo de dizer que aprecio "música do mundo", que considero os "Médicos Sem Fronteiras" uma bela expressão do amor de Deus, e que vou estudar, com enólogos, os mistérios dos melhores vinhos. Antes que me esqueça, não acho que treinar para uma maratona seja perda de tempo.

Não me definirei por nenhum movimento porque acho que os movimentos, qualquer um, são cercas que empobrecem; não defenderei uma teologia específica, nem a Relacional, porque não acredito que elas sejam suficientes para explicar o Eterno - Gosto da frase de Paul Tillich: "Deus está para além de Deus". Para onde vou daqui pra frente? Anseio caminhar humildemente com meu Senhor; vou tentar ser justo, desenvolver um coração misericordioso e amar a paz.

Soli Deo Gloria.

Ricardo Gondim

"Generous Orthodoxy" está sendo traduzido e será lançado brevemente em português pela Editora Palavra.

24 comentários:

Anônimo disse...

É isso aí...

Soli Deo Gloria

Anônimo disse...

É mais fácil servir a Deus do meu jeito do que me envolver e mudar a situação. Cristianismo é relacionamento, lembra-se do que Paulo disse sobre o corpo?
Jesus não disse para vivermos sós com o nosso Deus, mas, para irmos fazer discípulos e os batizarmos em Nome do Pai do Filho do Espírito Santo, só assim estaremos obedecendo.
Uma formiga só não faz verão.
Com tanta cultura o amigo poderia fazer algo para que a profecia sobre Laodicéia (apóstata) não se cumpra em vc.
Cuidado.

Ricardo [DIVERSITÀ] disse...

ok.

os anônimos aqui atazanam, hein?


que coisa..


sem rupturas não mudanças, "anônimo", creio que não foi evidenciado o assunto "comunhão" no texto, mas sei que o pastor ainda comunga com gente. mas gente de carne e osso, sabe? gente que 'desnóia' do evangeliquês..

e, acredito que, preferencialmente, gente que tem cara de pau de criticar e assinar com o nome, ou deixar link para email.

abraço's,
Ricardo Oliveira

Anônimo disse...

Olha, eu concordo muito com esse pastor, penso exatamente como ele e até fundei o MSI (Movimento dos Sem Igreja), do qual sou a presidente, fundadora e único membro até agora. Não me sinto só, sempre fui quixotesca.

Eu me sinto muito amada pelo meu Deus, sim, e me sinto livre nesse amor, e eu o amo com tudo que posso ter, e por isso eu me recuso a banalizá-lo, a formatá-lo, a enchê-lo de clichês que formam um dialeto todo esepcial. Deus é tudo, está em toda parte, vive comigo, anda comigo, é meu, me protege, e eu o vejo em tudo, mesmo quando erro, mesmo quando sofro, mesmo quando não me conformo, mesmo quando não concordo. Eu o vejo nos revezes da vida, com sua sabedoria santa. Eu vejo sua mão me ensinado, em tudo. Por isso me denomino protestante: protesto, sim, contra tudo o que quer enquadrar meu lindo Deus em algumas regras, em algumas músicas, em um discurso quase sempre repressor, opressor, autoritário.

Há alguns homens de Deus que eu amo. Hoje posso dizer que amo o Ricardo Gondim, amo o Robinson Cavalcanti, amo o Sóstenes Apolos, amo o Frei Betto, amo o Leonardo Boff, amo o Watchamn Nee, que já se foi, amo tantos outros, que refletem o Cristo. E os amo em Cristo.

Anônimo disse...

Ricardo, eu já postei como "anônimo"... Você me perdoa? Responde lá no orkut, pra eu não passar vergonha aqui, OK?

Anônimo disse...

Ser de Deus e tê-lo em si é ser livre. Livre para ser o que se é, ser louco, tomar banho de chuva, falar com estranho na rua, pagar mico e rir de si mesmo... louco pra aceitar seus limites e se perdoar, sabendo que se é um vermezinho amado, mas um vermezinho. Louco para ver além da cor, além da posição social, além da cultura, e, vendo além disso, também ver tudo isso e saber amar.... Louco pra saber que o tempo aqui é curto, mas isso não quer dizer que vou me concentrar em mim, mas sim que vou viver pra Ele, e por Ele, e nele, porque a eternidade será com Ele.... Louco pra orar e chorar, louco pra querer pegar Deus no colo, sabe, protegê-lo, tão criticado ele é, os homens não o conhecem e o criticam, atacam, e Ele sempre chamando, sempre buscando, sempre amando. Já vi Deus frágil como uma criança, estava orando e senti uma solidão terrível de Deus, atacado, difamado, e amando, amando... É um amor que eu não entendo. Os melhores momentos da minha vida foram com Ele, são com Ele. Falar dele e ver alguém conhecê-lo, ver as correntes serem quebradas, ver a libertação, a luz... Isso é sublime, sim, e já tive o grande prazer de passar por situações assim tantas vezes. E que honra Deus me usar, eu, tão imperfeita, tão mesquinha, tão inha inha, rancorosa às vezes, chatinha, minhas manias, ah, bom Deus... E muito amada.

Anônimo disse...

Ah... manhã de domingo, o silêncio da minha casa, preguiça de arrumar a mala, eu de pijama ainda...

Mas vou contar essa história, porque penso nisso há uma semana, lembrando.

Estava em Paris, era um dia normal, saí de casa, desci a rua e subi as escada, que davam em uma praça. Quando passei pela calçada vi um homem no chão, punk, aquele cabelo "escova", muitos piercings, tatuagens, magro, calça e jaqueta jeans. E ele me pediu uns trocados pra comer. Aí eu disse: "vem que eu te pago um sanduíche". Fomos até uma lanchonete, na praça mesmo, e comprei um sanduíche e um refri pra ele. E então sentamos no banco, pra ele comer, e começamos a conversar. De repente a vida dele me passa inteira pela cabeça, não sei explicar o que foi. E eu começo a falar com ele. "Olha, eu sei como foi sua vida... vc já sofreu isso, e isso, já passou por isso..." Aí o cara levanta, assustadíssimo, olhos bemn arregalados, e pergunta se eu sou uma bruxa. Não, digo que não, e ele se senta. Começa a chorar. Fechei os olhos, por um segundo, e vi um exército de anjos na praça, era incrível, muitos mesmo. E então eu dise que Jesus poderia libertá-lo, e falei do nome de Deus, e disse que ele precisava renunciar a isto, àquilo, etc. E ele dizia, chorando: "Eu não posso, ele não deixa!". Bom, acabamos, e ele seguiu andando comigo pela calçada. E aí me pergunta, meio sem graça: "Posso te pedir um favor?" E eu: "Sim..." "É que há muitos dias não tomo banho, queria tomar um banho, posso tomar um banho em sua casa?". E aí eu pensei: "O que faria Jeus no meu lugar? Ficaria com medo? Diria não?" Tinha acabado de ler aquele livro "Em meus passos, o que faria Jesus?" e procurava me perguntar isso todo o tempo. Sabe que eu disse "sim"? E ainda pasamos numa loja pra comprar uma cueca nova pra ele! E lá fomos nós. Confesso que de certa forma estava apreensiva, sim, mas acreditava tanto que o meu Deus estava ali comigo e que aquilo tudo não era por acaso.... Chegamos em casa, eu morava num studio, no térreo. Abri as portas que davam pra varanda e um jardim, e depous pra calçada, não havia cercas nem muros (eu pensei: "qualquer coisa eu saio correndo"). Pois bem, dei uma toalha e ele foi tomar banho. Enquanto ele tomava banho, soube que ele tinha AIDS. Não sei, isso veio à minha cabeça. Ele então sai do banho, e eu vou fazer um café. Em tempo: não roubou nada, o banheiro ficou limpo, não quebrou nada. Durante o café, sentado e olhando o jardim, ele me disse: "Tenho que te contar uma coisa". E eu: "Eu já sei". "Tenho AIDS". "Eu já sei". E então ficamos a tarde toda conversando. Pegou com seringa, de drogas. À noite eu tinha um concerto pra ir, de uma dupla de rap cristã, Leader Vocal, no banlieu (periferia). Tinha combinado com uns amigos, e aí o chamei. Fomos. Lá, muitos pastores, gente orando, e o rap solto. Lá na frente o cara aceitou Jesus, um pastor orou com ele, chorou muito.
Depois disso ele sempre ía ao McDonald's (sim, eu já trabalhei no McDonald's, a $ me ajudava pacas), conseguiu arrumar um lugar pra ficar e saiu das ruas. Fui lá, nesse ap., de uma mulher que o conheceu na calçada. Muito pirada, ele, e era rock muito alto, drogas, muito cigarro e álcool, tudo sujo, bagunçado, o dia inteiro. Fui umas duas vezes lá, notei que ela tinha ciúmes. Depois de um tempo não o vi mais, não apareceu mais na lanchonete. Não sei o que aconteceu, nunca mais o vi.

Anônimo disse...

Ah, nesse concerto do Leader Vocal a Jésahel foi também, essa minha amiga que tá na Rep. Dominicana, que eu vou ver tão logo! Puxa, ela, tanta gente mais... Que saudades!

Anônimo disse...

Não me excomungue não, viu Pavarini? Tinha desligado o PC, abri a mala, ela está ali (leminskianamente tenho que amá-la...)... em cima da cama... desafiadoramente me diz: "e aí, vai encarar???" De pijama ainda, daqui a pouco vou fazer um prato que eu gosto tanto... miojo. Liguei de novo o computador. Só pra dizerr que minha experiência com Deus é muito minha, sabe? É muito visceral, eu comecei a me libertar de regras, de cabelo comprido, saia, "diga pro irmão que está ao seu lado: você é importante para Deus"... Não me encaixo nisso, não. Ou não. Antes de ir pra Paris eu participei de um projeto missionário da Igreja Metodista da 5ª região (alguns municípios de SP, MG, GO, DF, MS, MT). Chamava-se "Uma Semana Pra Jesus", nem sei se existe ainda. Foram os presidentes da Ass. de Homnens e Mulheres quem idealizaram. Fui a três. Todo ano tinha. Era assim: quem quisesse ir era voluntário, pagava uma taxa mínima (comida, deslocamento etc.) e ía ficar uma semana em uma cidade pequena onde já havia um ponto missionário. Fui a Peixoto do Amaral, e mais duas... tenho aqui as revistas, nem sei por onde andam. Pois bem, na primeira vez fomos, eram muitos ônibus, caminhões com consultórios odontológicos inteiros, medicamentos, e havia médicos, gente da própria igreja, dentistas, psicólogos, ass. sociais, advogados, etc. Eu era da equipe de evangelização e louvor. Quando íamos, muitos ônibus, carros e caminhões na balsa, e muita gente, o Rio Araguaia... a balsa encalha, por causa do peso. De noite, o céu estrelado e a balsa parada. Começamos a cantar louvores, hinos, foi uma das coisas mais lindas que eu já vivi. E de repente a balsa começa a deslizar rio abaixo... Lá nas cidades íamos de casa em casa falar de Jesus, convidar para os cultos, que eram à noite, informar que havia médicos, dentistas etc. E em cada casa éramos tão bem recebidos. Muita gente do sul, que tinha saído do interior do RS, de SC, e foi pro MT pra plantar, mas a terra não era tão boa, muita gente decepcionada, aquelas peles claras enrugadas de tanto tomar sol. Tenho fotos... Sem brincadeira, tudo o que vivi sempre foi muito visceral, muito profundo, Deus entrou na minha vida pra arrasar, pra virar tudo de cabeça pra baixo, não foi só uma "opção" como escolher um restaurante, foi um terremoto, uma avalanche, e a cada ano vejo muros mais altos na minha frente e o desafio de crescer. De deixá-lo crescer para que o meu eu diminua (haja eu...). E não é fácil, é uma luta constante, e uma alegria perene, em tudo, e também uma grande tristeza, é vida em doses altas e concentradas.

Anônimo disse...

Aplausos para esse discurso !!!
Acho que a maioria dos cristãos que não se conformam com este século, gostariam de tê-lo escrito ou de gritá-lo aos quatro ventos.

Abç
Davi dos Santos

Anônimo disse...

Mas Davi, eu me dou conta de que não fui eu quem escolheu Deus. Eu me lembro do dia da minha conversão, foi durante o louvor, chorei muito, me arrependi da vida que eu levava, eu me vi como eu era. Mas foi um momento, foram as emoções. E depois disso veio muita coisa, aquilo era o começo, aliás nem o começo, porque antes de eu me converter Ele já me amava. Com 18 anos sofri um acidente de carro seríssimo, tinha um fusca branco. Tinha bebido demais, chovia em Brasília, era madrugada, eu ia levar uma amiga em casa, a preferência era minha mas em alta velocidade, no cruzamento, um caminhão de lixo me pegou, o motorista também tinha bebido, bateu de frente do meu lado, na minha porta, e arrastou o carro alguns metros. O carro foi pra um ferro velho, não deu pra salvar nada. Quando alguém via, na porta da casa do meu pai, onde eu morava, perguntava: "e quantas pessoas morreram?" E eu dizia: nenhuma. Minha amiga teve uma luxação no pé, eu bati a cabeça (vai ver aí as coisas começaram a funcionar melhor), tive um corte na testa (tenho a cicatriz!) e só. Nem um osso, nada foi quebrado. E um dia, depois da minha conversão, eu sonhei com o acidente, e vi uma mão vindo do alto e me tirando do carro. Fiquei presa nos escombros, não conheci os que me socorreram, não me lembro do momento do acidente. Mas estou aqui, e vejo o amor que Ele tem por mim, tão eterno, tão cheio de compreensão e perdão, de amor.

Anônimo disse...

Sabe o que é, Davi? Sou é muito opiniosa, perguntadeira e crítica. Nunca me encaixei no perfil "mocinha da Igreja", porque eu ia atrás dos porquês, como vou até hoje. Acho que por isso até hoje não me casei... Os homens da igreja sempre gostaram das moças muito certinhas, muito suavezinhas, muitas vezes sem opinião própria, sem envolvimento político, sem opinião sobre a sociedade, sobre o mundo, com carinha de santa, e não é o meu caso. Há muitos tabus dentro da igreja, muitos desafios. Como uma pessoa que vive num mundo cheio de mal pode entrar na igreja e se deparar com a simulação do paraíso? Ninguém erra, mas todos temos tantos defeitos... Acho que o único tabu que já caiu foi o rock'n roll, porque hoje já se colocam umas letras de tema cristão e aí "tudo bem"... Mas sexo e drogas... quem quer falar disso com franqueza? Quem quer correr o risco de ver sua carreira de pastor/bispo(a)/apóstolo/semi-deus desabar ao tocar no assunto sem falsos moralismos, ou quem de nós assume que já usou alguma droga, que já fez sexo... "Não, são todos o ideal, se os oiço e me falam..." (Poema em Linha Reta, Fernando Pessoa). Compadecer-se de alguém é compartilhar o sentimento, misericórdia é ter o mesmo coração. Como, se somos tão regrados, regidos pelo sistema econômico, pela cultura, por dogmas e regras sociais? Temos que sair disso, pular os muros, e esquecer esse discurso do "cuidado, Deus vai te pegar..."; "você vai pro inferno...", ou seja, "boi, boi, boi, boi da cara preta..." Nossa hoje estou inspirada. Só pode ser a excitação da viagem.

Maya Felix disse...

Caro amigo postante,

Hoje as postagens estão demorando, não?

Anônimo disse...

pessoal,

eu sugiro um encontro de leitores do pavazine, de preferência, em São Paulo. temos muito o que conversar!!!!

Anônimo disse...

Pois é, terça-feira 03/07
devo passar o dia no Aeroporto de Guarulhos... Que tal essa reunião acontecer lá, na terça??? Meu orkut é "Mayalu Moreira Cachen Felix". E, anônimo, por último: sem saber seu nome vai ser difícil.

Thiago disse...

Muito bom esse texto!

Infelizmente muitos não entendem isso. Um exemplo típico é o comentário do nosso amigo "anônimo".

Realmente Jesus disse para não vivermos sós e para fazer discípulos em Nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. O que ele não disse é que para isso é preciso ser "evangélico" e necessariamente dentro de uma "igreja". O problema é que as "igrejas" e seus "seguidores" estão cada vez mais fazendo discípulos em nome do Pastor, do Bispo e do Apóstolo.
É triste ver como a ignorância está tomando conta dos membros das igrejas, e quem se diverte com isso são os lobos!
Se você acha que não, a próxima vez que um "igrejiano" vier conversar sobre alguma pregação que ele escutou na igreja, peça pra ele mostrar na Bíblia onde aquilo se confirma! 95% de chances de ele repetir as palavras do pastor mas não saber provar na Bíblia!
E esse é o grande problema hoje, as pessoas vão nas igrejas, escutam tudo o que os "mestres da lei" ensinam e saem de lá como que se tudo aquilo fosse a própria palavra de Deus! E com isso essas pessoas se tornam escravas de doutrinas, heresias malditas que muitas igrejas/movimentos estão pregando nos seus corações. Quase ninguém se dispõe a ter a atitude nobre descrita por Paulo (At 17:11).
E aí eu pergunto, para quê adiantou o preço pago por Jesus?
Muitos hoje preferem viver sem Jesus mas dentro de uma igreja do que viver com Jesus em todos os lugares!
A igreja é importante sim, mas a instituição igreja hoje está uma vergonha!
Hoje o dinheiro, a prosperidade e a fama são muito mais importantes do que a graça e o amor. E a escravidão é muito maior que a liberdade paga por Jesus!
Por último, leiam um recado especial de Jesus para a igreja de hoje em Mateus 23. Quem tiver o coração puro pra entender, entenda. Quem não conseguir enxergar a igreja de hoje nesse texto, ore pra que Deus dê entendimento.

Um abraço a todos
Fiquem na paz!

Anônimo disse...

Gostei do seu comentário, Tflessak, é isso mesmo.

Anônimo disse...

oi, maya
visita meu blog:
http://blerheron.blogspot.com/

(eu q sugeri o encontro dos leitores)

Anônimo disse...

Vou visitar, sim, obrigada!

Gercy Borges disse...

Pastor, alguém que pensa e sente assim hoje, que vai de encontro a vários tabus da fé por outro lado é capaz de fazer esta confissão de fé??? que se segue, .."falo em línguas estranhas desde minha experiência pentecostal" porque este é um dos maiores embustes que conheço do mundo evangêlico nem se compara com "como coube, tudo na arcar"?.

Anônimo disse...

Tambem falo em linguas estranhas, e creio no que o Pastor disse nao so por ter tido eu, tambem, minha experiencia pessoal, mas por ler escrito em Atos dos Apostolos o que o Santo Espirito fez. E continua a fazer, pois e o mesmo ontem, hoje e amanha.

Wladimy de Morais Farias disse...

Concordo com o irmão Ricardo Gondim em vários pontos. É saudavél ter alguém pra dizer "não" quando todo mundo diz "sim". Já dizia o famoso jornalista que toda unanimidade é burra. E isto vale "pra lá" e "pra cá". Dá pra me entender? Vejo Jesus Cristo como muitos dos profetas da Bíblia nesta mesma posição do Ricardo Gondim. Os verdadeiros profetas sempre andaram na contramão do que eu chamo "Sistema". E o sistema continua matando os seus profetas:Bem-aventurados serão vocês,quando os odiarem,expulsarem e insultarem, e eliminarem o nome de vocês, como
sendo mau, por causa do Filho do homem.
“Regozijem-se nesse dia e saltem de alegria, porque grande é a sua recompensa nos céus. Pois assim os
antepassados deles trataram os profetas. Profetas do Século 21: Saltem de Alegria!

Gercy Borges disse...

o que acontece hoje é a pepertuação do embuste dos coríntios Maya, que Paulo tentou corrigir, não de Atos, agora não só os evangélicos mas católicos também, repetem com maestria, concordo com muito do que diz o pastor Gondim, por outro lado sei que a gente é capaz de dizer muitas coisas boas como também de falar bobagens, isto é uma marca do ser humano.

Anônimo disse...

MSI (Movimento dos Sem Igreja). Na verdade acredito que esse movimento dos "sem Igreja" que ja marcam até reunião para se encontrar acabara sendo chamado de A Igreja dos Sem Igreja!!

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