A pesquisa dos cientistas Susanne Karstedt e Stephen Farrall examinou 1.807 adultos da Inglaterra e do País de Gales e descobriu que 61% deles admitiram já ter cometido algum crime menor.
Os participantes do estudo responderam a um questionário com uma lista de dez "pequenos crimes", incluindo pagamentos em dinheiro vivo para evitar impostos, embolsar objetos do trabalho e exagerar em pedidos de indenização a seguradoras.
Apesar das confissões, apenas 3% dos britânicos admitiram crimes mais graves como fraudes de previdência social, mas um terço dos pesquisados confessa não ter devolvido dinheiro ao receber troco a mais.
O estudo conclui que o crime não é apenas uma atividade marginal – e que não existe a chamada "maioria respeitadora da lei". A respeitável classe média britânica, de acordo com a pesquisa de Karstedt e Farrall, é "uma agitada massa de comportamento moralmente questionável e abertamente criminoso".
Para Michael Northcott, professor de Ética da Universidade de Edinburgh, o resultado do estudo evidencia a corrupção moral da sociedade britânica. "Não me surpreende que esses crimes sejam comuns na classe média. Já deveríamos saber que ter mais dinheiro não é garantia de mais moral", disse Northcott.
De acordo com o professor, os crimes citados pelo estudo têm, na sua maioria, o objetivo de gastar menos dinheiro. "E é isso que faz a classe média ser classe média", afirma.
No entanto, Northcott concorda com os autores do estudo, que dizem que os resultados indicam uma queda nos padrões morais da sociedade. "É inquestionável que há mais crimes oportunistas. Acho que o que está por trás disso é uma queda na fé em Deus e uma cultura de hedonismo, auto-satisfação e materialismo."
fonte: BBC
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