Uma demonstração do poderio da Igreja Universal do Reino de Deus são os imensos, faustosos e luxuosos templos construídos mundo afora, principalmente no Brasil. É uma ostentação absurda de riqueza que, sem dúvida, atingiu o objetivo, que era favorecer o proselitismo.
É de considerar, ainda, que além dos templos, a Igreja Universal ainda tem em seu ativo muitos outros bens, inclusive redes de rádio e televisão, nos mais diversos lugares do mundo. O fenômeno do enriquecimento rápido, no entanto, não é privilégio da Igreja do Bispo Edyr (sic) Macedo. Outras seitas evangélicas, do chamado ramo pentecostal, surgidas nas últimas décadas, também ostentam e exibem o imenso patrimônio que detêm.
Exemplo disso é o caso do casal “renascentista” que, além de processado criminalmente, poderá curtir alguns dias de xadrez, se pisar em território brasileiro. Enquanto isso, presos os dois em aeroporto dos Estados Unidos, acusados da prática de delitos relacionados com a entrada irregular de dólares, que escondiam até na Bíblia, encontram-se em liberdade condicional.
Circulam, quais criminosos comuns, com caneleira eletrônica que permite à polícia controlar os seus passos. Assim devem ficar até que concluam a barganha que negociam, visando uma condenação branda, em troca de uma confissão. Não é pequena a fortuna que o casal amealhou através de métodos considerados ilícitos, em investigação do Ministério Público, admitida pelo Judiciário brasileiro.
Diante do quadro de riqueza exorbitante que desfrutam as Igrejas no Brasil, notadamente as cristãs, é absolutamente injustificável que se pretenda surrupiar do setor cultural e artístico uma parcela dos recursos amealhados, a muito custo, através benefícios fiscais concedidos pela chamada Lei Rouanet.
Há, ainda, um detalhe a destacar: a hipotética devisão dos recursos que adviriam dos incentivos fiscais, se a emenda Trivella (sic) viesse a ser aprovada. Obviamente, com o prestígio que detém, certamente somente as igrejas cristãs, ou seja, evangélicas e católica seriam aquinhoadas. Não se cogitaria de incluir na partilha os terreiros de umbanda, as sinagogas dos judeus, ou mesquitas dos islâmicos, sem maior prestígio no Brasil e tidas como seitas menores.
A cultura necessita muito mais dos recursos, considerada a pobreza em que vive. Além disso, não dispõe dos meios de que se utilizam as igrejas para espoliar os seus fiéis, na maioria das vezes ingênuos e crentes nos milagres mirabolantes prometidos.
trechos de É absurdo dividir dinheiro da cultura com Igrejas, texto de Josué Maranhão no site Última Instância.
Não bastasse boa parte dos cinemas do país terem sido transformados em templos da Universal, agora o senador-cantor quer dividir com as igrejas os recursos destinados ao incentivo à cultura. Desafinou novamente.
10.6.07
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Pois é, há um abaixo-assinado internético rolando por aí, contra essa proposta. Eu assinei. E concordo com você, Pavarini. Além de pão e circo, precisamos também de teatro, cinema, galerias, museus, filmes...
Postar um comentário