20.6.07

RBDs nas igrejas

“Eles são rebeldes e por isso as músicas deles estão proibidas nos cultos da minha igreja.” Com bastante ênfase na palavra “minha”, o pastor alterou a programação musical da comunidade com a mesma desenvoltura que mexe no dial do rádio e em instantes passa do jazz para o pagode.

Enquanto adolescentes piram com as performances do grupo Rebelde, a liderança nas igrejas sofre ao não saber lidar com a tão comentada rebeldia da galera da música. O problema rola não apenas aqui no país do presidente molusco e já inspirou o compositor Marcos Witt a escrever O que fazemos com estes músicos?. Recomendo a leitura para os dois lados dessa briga que tem tirado o sono e a sina de muita gente.

Tempos atrás li a confissão de impotência em relação a esse assunto feita por um peixe grande. No aquário teológico ele enfrenta moréias e tubarões, mas foge da (ar)raia quando trata-se de confrontar o cardume de músicos. Será que a profecia musical vai se cumprir e o sertão gospel vai virar mar?

Ao refletir sobre o assunto, me lembrei da história de um jovem. Filho de pastor, ele começou a trabalhar aos 16 anos. Cada vez mais ligado nas coisas de Deus, acabou sendo mandado para o olho da rua. Apaixonado pelas Escrituras, trampou numa livraria e passava a maior parte do tempo traduzindo a Bíblia. O novo emprego durou apenas seis meses. “Eu lia a Bíblia todos os dias, mas deveria conhecê-la de cor e enxergar a vida à luz de suas palavras”, disse.

Decidiu seguir a trilha do pai e foi estudar teologia. O temperamento difícil levou o cara a um novo fracasso. Uma das escolas em que o camarada esteve o enviou como evangelista para pregar em uma cidade pobre, aproveitando para se livrar do aluno rebelde.

O cara pirou nas novas atividades e se dedicou literalmente de corpo e alma nas tarefas. Porém, continuava rebelde e não seguia as orientações que recebia. “Ele não sabia o significado da palavra submissão”, disse um de seus colegas. Resultado: a instituição que supervisionava seu ministério o destituiu das funções.

Decepcionado e frustradíssimo, aos 27 anos Vincent Van Gogh iniciou a carreira de pintor. “Jesus Cristo é mais artista do que os artistas. Ele trabalha com os espíritos vivos e com a carne vivente: ele faz homens em vez de estátuas”, registrou.

Sérgio Pavarini é jornalista e marqueteiro e se esforça pra não ser formador de músicos-estátuas. Lidera a Usina de Sonhos, grupo que une coral, teatro e dança.

texto do mês na minha coluna no Jornal Palavra.

9 comentários:

Anônimo disse...

nossa!! voltei no tempo mesmo viu Pava!! foi em 2003, eu vi no teatro nem conhecia a usina, mas conhecia carol cymbala e fui impulsionada a assistir o espetaculo, nunca mais tive o prazer de ver uma apresentacao da usina, me avisa qdo tiver outra apresentacao

Me lembro do sucesso do Edson Santi, que voz!!!

Anônimo disse...

Amo as obras de Van Gogh, mas não sabia de seu passado. Eu não me enquadro muito, não, sabe? Porque acho que as "autoridades" muitas vezes não têm discernimento nem conhecimento. Não sou capaz de engolir em seco algo que acho injusto, não mesmo. Não posso concordar com alguém só porque é pastor, se a idéia me parece equivocada. Às vezes nem com Deus eu concordo; questiono, oro, choro, grito, pergunto o porquê, leio leio leio a Bíblia e medito... Quando digo que o Socialismo é absolutamente cristão, lembro-me de que Marx, judeu, era de uma família judia convertida ao cristianismo, e seu padastro era pastor.

Anônimo disse...

É mais Deus não tem neto...

Anônimo disse...

Não, não tem neto, mas creio que a compreensão do amor de Deus e o amor ao semelhante levaram Marx a pensar e a teorizar acerca desse monstro chamado capitalismo, propondo uma concepção de sociedade mais justa e igualitária. E creio que o cristianismo passa, sim, por uma visão de mundo comprometida com o compartilhamento das benesses que a humanidade produz. Jesus não só multiplicou pães e peixes, para que todos fosse saciados, como disse ao rico jovem que vendesse seus bens e os distribuísse aos pobres para, depois, segui-lo.

Anônimo disse...

maya,

o problema do mundo nao é o capitalismo, é o pecado, é o homem amar o dinheiro, nao apenas ter dinheiro, mas ama-lo. sao os pequenos golpes que as pessoas dao para economizarem 10 reias no cinema, por exemplo. o socialismo nesse mundo foi um preparo do inferno, sempre anti-cristao.

Anônimo disse...

Psiuuuuuu! Anônimo do testo acima,
dizer que o problema não é o capitalismo e o socialismo é do inferno? Putz, sistemas são sempre humanos e iperfeitos seja de uma maneira ou de outra, seja para direita ou para esquerda. Estes podem se tornar perfidos quando os estados que os governam tem seus interesses na ganancia de qualquer propósito é só ver o que os países capitalistas fazem no Iraque, não é também um inferno? Que tal aqui no Brasil tão pertinho o que o Estado capitalista selvagem tem feito com a educação, saúde e a falta de emprego causando uma enorme dívida social de párias que entram para violência geração perdida não só desses mas de muitos que não poderão entrar no mercado por inaptos e excluídos mesmos por causa deste sistema muito muito dividido e injusto... As consequencias disso não são infernais?

Anônimo disse...

amigo ou amiga,

o socialismo/comunismo sempre destruiu cristãos e o cristianismo até hj, como vemos na china. por pior q seja o nosso país, temos igrejas, temos biblia, temos livrarias, temos, sim, liberdade. o socialismo perseguiu a igreja fortemente. o capitalismo quer dinheiro, nao quer saber de sua religiao. de uma olhada no site portas abertas e veja a situação de países solicialistas em relaçao ao cristianismo, horrivel!
ass.: psiu
vou adotar o PSIU como pseudonimo.

Anônimo disse...

Psiuuuuu! Que falta de originalidade, se auto denominar algo que eu sempre coloco nos post que escrevo. Olha aqui Psiu 2. Eu sei de toda esta coisa que você coloca aí e enche o peito como se fosse o nosso sistema de liberdade e coisa e tal esquece que vivemos uma ditadura econômica de desníveis sociais vergonhosos e coisa e tal indo para o caos. Que adianta você dizer isso e não existe justiça e a violência permanece nos trilhos tirando as pessoas o direito de ir e vir nas grandes capitais principalmente. Os cristãos aqui são água com açúcar com esta tal liberdade em suma na maior parte estão se transformando em crentes nominais e pueris. Dizem que umas boas perseguiçõeszinhas e provas fazem cristãos ficarem mais arrojados e autênticos bem diferente deste cristianismozinho de boutique, de showzinhos, de líderes carismáticos showman business, fazem massas de fantoche... O que temos feito para transformar este país num país de verdade que projeta o futuro para gerações do futuro (além da salvação), temos agido? Orado o sufiiente? Para com isso seu Psiu 2 e olhe bem que páis é este!? Além de pregar entre quatro paredes. A Igreja "evangélica" no Brasil é arcaica e está perdendo o bonde da vida e do que é para ser feito de verdade. Deixa este pensamento ingênuo e ufanista arcaico de que aqui existe uma "igreja" ideal num país de liberdade onde o povo não tem consciência de si mesmo e sendo assim é escravo de muitas coisas... Que liberdade é essa!? Olhe para a decadência das cidades e no campo a violência e carência que são fatos sentidos e vistos diariamente isto é tão terrível e mais, pense nas coisas que estamos plantando piores que vem por aí... Salve o seu capitalismo! Pense nisso!
E em sua homenagem vou mudar minha jogada marqueteira de Psiuuuu para outra chamada. Deus tenha misericórdia de nós.

Anônimo disse...

Eu queria que em nosso país TODOS tivessem liberdade para comer pelo menos três vezes ao dia; para morar dignamente, ter água encanada e tratada e esgoto; para ser acolhido por um hospital bem equipado e médicos competentes, quando adoecesse; para estudar em uma escola/universidade pública de qualidade, que jamais foi gratuita, pois os impoostos que pagamos são para que elas existam, e funcjonem bem, e isso não acontece. Eu queria que neste país todos tivessem liberdade para saber ler e comprar livros; para trabalhar com dignidade, sem precisar ser escravo de ninguém por um prato de comida, sem pecisar viver sem nenhum direito trabalhista. Liberdade para ganhar um salário melhor do que esse mínimo; liberdade para EXISTIR. É essa liberdade que o capitalismo, sistema satânico, cruel, estúpido, nega a dois terços dos habitantes da Terra.

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