Escancarei o mensalão. O governo não viu, não sabia, não ouviu. Exatos dois anos depois, o que temos? Manchetes sobre corrupçãoO DIA 6 de junho é um marco. De vergonha. Neste dia, há exatos dois anos, em entrevista à Folha de S.Paulo, escancarei ao Brasil o esquema de aluguel de parlamentares pelo PT -o mensalão. O país mergulhou em uma de suas mais graves crises políticas. À frente do processo - e no seu pedestal carcomido de vestal-, o PT.
Fui criticado e cassado. O governo não viu, não sabia, não ouviu. Exatos dois anos depois, estampadas na Folha, o que temos? Manchetes sobre corrupção. O que antes era visto como sujeira dos pequenos partidos, ávidos por migalhas, hoje respinga em todas as siglas, derrubando ministros, ex-governadores, delegados de polícia e procuradores. A Navalha corta a carne de muitos. Saímos das cuecas e malas pretas para esquemas sofisticados de uso de recursos públicos. Novamente, o governo não viu, não sabia, não ouviu.
Na rua, sempre me perguntam por que protegi o Lula. Ainda nesta semana, em Brasília, fui questionado por um senhor: "Por que não acabou com tudo, de uma vez?". Respondi: ative-me ao que presenciei. O que poupei no passado, para minha tristeza, se desmancha no presente.
trecho de "O Brasil está doente", texto de Roberto Jefferson publicado hj na Folha de S.Paulo.
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5 comentários:
Puxa, mas é osujo falando do mal lavado! E com ares de herói! "Quosque tandem, Jefferson, abutere patientia nostrae?" (paráfrase a uma frase de Marco Túlio Cícero, senador romano, nas famosas "Catilinárias"...
"A parte dele
Pode-se rir, pode-se chorar com o artigo do ex-deputado Roberto Jefferson na Folha, em que dois anos depois de denunciar o mensalão ele diz 'fiz a minha parte. Agora é a vez de vocês'."
Nota de Thomas Traumann, da revista Época, em seu boletim eletrônico de hoje, 06/06/07.
Que absurdo!!País em que a mentalidade do povo é; político que"rouba mas faz", que "rouba mas confessa" estão ambos perdoados.
(PS)Lembro-me de um dia no cursinho meu professor dizendo: Sabem do que o Brasil precisa? um pouco de xiitas.
É, Luciana, mas em que sentido? Porque eu sou "radical" no que faço... Isso é ser xiita? Radical é quem vai à raiz dos problemas, quem procura saber os reais motivos. Como diz Bertold Brecht, em "Elogio do Aprendizado", "quem não sabe por conta própria / não sabe". Esse senso comum aí... Não é que eu seja do contra, não é isso. Mas eu questiono tudo. Leio, leio, ouço, procuro, pesquiso... Aí, quando vou pras ruas em passeata, quando dou aulas, quando penso em Deus, faço com paixão, porque acredito. Mas erro também, e feio. Mas erro procurando acertar, sair dessa mesmice brasileira e capitalista, da farsa dos meios de comunicação de massa, percebendo as mensagens subliminares, os subentendidos dos dircursos... como esse do Roberto Jefferson... Mas você disse tudo. É isso aí.
May, vc não é considerado xiita porque vc não faz parte de uma seita islâmica.
O sentido que Professor disse era o óbvio: o povo tinha que se manifestar mais ,e não aceitar com passividade o que o governo determinava como a "venda das estatais" que era a aula em questão.
Fique trânquilo eu sou da paz, nada de xiitas em sua terminologia.
No máximo temos que ser como vc é: Radical.
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