O amor quer abraçar e não pode.
A multidão em volta,
com seus olhos cediços,
põe caco de vidro no muro
para o amor desistir.
O amor usa o correio,
o correio trapaceia,
a carta não chega,
o amor fica sem saber se é ou não é.
O amor pega o cavalo,
desembarca do trem,
chega na porta cansado
de tanto caminhar a pé.
Fala a palavra açucena,
pede água,
bebe café,
dorme na sua presença,
chupa bala de hortelã.
Tudo manha,
truque, engenho:
é descuidar,
o amor te pega,
te come,
te molha todo.
Mas água o amor não é.
Adélia Prado
7.7.07
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8 comentários:
O amor não desisti facilmente, insiste, persiste,
se valerá a pena...
só o tempo irá dizer.
Posto que é chama.
Mas como água,
faz nos molhar, suar, ora de lágrimas ora de prazer.
Tá romantica, hein Luciana... Quem será...
E esse negócio de suar de prazer... Luciana, Luciana, olha lá... Nao sou puritana, mas ate q faz bem ficar sem... Espera, Luciana, que ele já vem... E se nao vier, a solucao e dancar um tango argentino, ja dizia Bandeira.
Nao, Lu, nao tenho ciumes, estou apenas brincando, me desculpe se te ofendeu (eu disse no MSN que tinha feito um comentario!). Por aqui o negocio e o merengue, mas quando for à Argentina certamente dançarei um tango...
O ato sexual deve ser liturgia do culto conjugal, no santo altar do leito,
na oferenda de corpos gratos e entregues um ao outro sem egoísmo,
na dança ritual do amor e do prazer,
em meio a melodia da respiração feliz,
no ideal de gerar alegria e bem estar no outro.
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