23.7.07

Max responde (4)

Tenho uma pequena empresa com 28 funcionários. Pago salários, concedo benefícios compatíveis com o mercado e procuro tratar todos com respeito. Mesmo assim, todo mês sou surpreendido por pedidos de demissão. Meus funcionários saem para trabalhar em empresas maiores, às vezes até ganhando menos. O que estou fazendo de errado?
Maciel


Nada, Maciel. Mas imagino que a maioria de seus funcionários seja composta de profissionais entre 20 e 35 anos. Eles saem, mesmo com o prejuízo imediato do salário, para apostar no próprio futuro. Em empresas de um dono só, por melhor que sejam o ambiente e as condições de trabalho, o teto para uma carreira é sempre muito baixo. Numa grande empresa, as chances de progredir são – ou parecem ser – bem maiores. Sugiro que você considere contratar funcionários entre 45 e 55 anos de idade. São pessoas que vêem a estabilidade como um fator importante. Elas entram numa empresa para ficar, enquanto os mais jovens já entram pensando em sair.

Nunca fui de ficar me gabando de coisas que sou pago para fazer. Mas minha empresa, infelizmente, tem dado mais oportunidades para colegas de bico-doce que para pessoas sérias que executam seu trabalho. Como reverter isso?
C. Mello


Imagino que você não esteja supondo que “reverter” signifique que sua empresa mudará a cultura interna da noite para o dia. Uma pessoa que se gaba de algo que não fez é mentirosa. Uma pessoa que se gaba excessivamente do que faz é mascarada. Uma pessoa que divulga e enfatiza o que faz, de modo a seu trabalho ser percebido e reconhecido, está no caminho certo. Se sua empresa estiver enquadrada nas duas primeiras opções, você está no lugar errado. Se estiver na terceira, você está no lugar certo, mas não está sabendo utilizar uma ferramenta vital: o marketing pessoal. Ele dá visibilidade a quem tem substância e gera consideração dos chefes sem necessidade de puxa-saquismo.

Tenho 25 anos. Passei um ano morando na Europa. Ralei muito, e hoje sou uma pessoa mais consciente e madura. Mas não consigo emprego.
Charles


Essa viagem certamente fará de você um ótimo ser humano, Charles. Mas não necessariamente um ótimo candidato a emprego. Se você tivesse trabalhado numa empresa européia, em uma função semelhante à que procura, isso lhe daria uma vantagem. Se tivesse feito um curso numa universidade, seu currículo se enriqueceria. Mas, tirando isso, “passar um tempo fora” é o que você escreveu: uma experiência que proporciona consciência e maturidade, algo excelente para sua vida, mas não para sua carreira em curto prazo.

Max Gehringer, na revista Época.

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