Trabalho com uma colega insuportável, do tipo sabe-tudo. Ela, simplesmente, é incapaz de ouvir. Só a opinião dela conta. E o pior é que nosso chefe a aponta como exemplo para nós.
Célia
Cada empresa tem uma lista de habilidades desejáveis, Célia. A sua também deve ter. Nela constam a liderança, o espírito de equipe, a criatividade e outros fatores louváveis. Mas, numa empresa em que trabalhei, eu ouvi um dos conselhos mais contundentes de minha vida profissional. Na recepção, havia uma placa com a “Nossa Missão”. Era uma longa frase, em que a empresa expressava o desejo de ter colaboradores, fornecedores e clientes altamente satisfeitos. Em meu primeiro dia de trabalho, meu chefe me perguntou: “Você leu a Nossa Missão?”. Respondi que sim. E ele me falou: “Então, memorize o seguinte: estamos aqui para dar resultados práticos de curtíssimo prazo. O resto é conversa”. Muito provavelmente, Célia, seu chefe elogia sua colega porque ela dá resultados. Esse é o grande trunfo das pessoas insuportáveis. E é por isso que há tantas delas no mercado de trabalho.
Não vejo futuro aqui no Recife. Não há empregos nem oportunidades. Estou pensando em me mudar para São Paulo, mas não conheço ninguém na cidade...
Elton
Sugiro que você ouça o conselho de seu conterrâneo, o poeta Manuel Bandeira. Ele deixou o Recife e passou por uma infinidade de cidades durante a vida. Depois desse longo périplo, Manuel Bandeira resumiu suas andanças num poema: Vou-me embora pra Pasárgada./Lá sou amigo do Rei. Seu futuro, Elton, não está em uma mudança radical. Está onde estiverem os amigos que poderão apoiá-lo emocionalmente e ajudá-lo profissionalmente.
Nas promoções, minha empresa adota o preferencialismo, privilegiando os incompetentes.
Josué
Nunca tinha ouvido esse neologismo, Josué. Mas, se sua empresa não está mesmo disposta a adotar o diferencialismo, privilegiando o mérito, você pode adotar o desistencialismo, pedindo o boné.
Max Gehringer, na revista Época.
30.7.07
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