Eu tinha planos de fazer um MBA, mas dois amigos já me disseram que “MBA, hoje em dia, qualquer um faz”. É verdade? Seria melhor um mestrado?
Silvia Regina
O fato de que qualquer um faz não é um bom motivo para deixar de fazer, Silvia Regina. O que está acontecendo com os MBAs é a mesma coisa que ocorreu com as faculdades, de 20 anos para cá. A proliferação delas colocou um diploma de curso superior ao alcance de milhões de jovens. A grande oferta de MBAs, nos últimos dez anos, está provocando o mesmo fenômeno, embora em escala menor. Por isso, tanto no caso da faculdade quanto do MBA, a diferenciação está se dando mais pelo prestígio da instituição de ensino e menos pela posse do título. Mas não se iluda: se ter já não é tão raro, não ter é pior.
Eu me formei no ano passado. De meus quase 80 colegas de classe, apenas três conseguiram emprego. Eu mesmo já fiz vários testes, mas nunca fui chamado. Há alguma explicação?
Grégor
Há duas, Grégor. A primeira é mais óbvia. Há poucas vagas e muitos candidatos. A segunda, nem tanto. Uma coisa que está pegando nos processos de seleção é o português. Jovens que saem da faculdade estão perpetrando erros primários de concordância verbal, acentuação e ortografia. Em seu caso específico, Grégor, eu tive de editar sua mensagem. Em apenas um parágrafo curto, você cometeu cinco falhas elementares. Se você fez testes escritos em empresas, é bem possível que esse tenha sido o motivo de sua rejeição. Nem sei se vale a pena discutir se a culpa é do aluno ou do sistema educacional, mas você precisa corrigir essa deficiência.
Entendo que, com o advento da era digital, as relações entre empresas e empregados vão mudar, e que o bom e velho emprego deixará de existir. Em breve, seremos todos prestadores de serviços, fazendo trabalhos pontuais, sem víncul empregatício. Numa situação dessas, o conhecimento prático será mais valioso que a teoria. Por isso, pergunto: vale a pena fazer faculdade?
T. Souza
Eu diria que vale, caro T., porque a situação ainda não mudou. Sua avaliação provavelmente está correta no longo prazo, mas a maioria dos jovens ainda dependerá do bom e velho emprego para sobreviver no curto prazo. Por isso, pense no futuro, mas não se esqueça do presente. Por via das dúvidas, estude.
A área de RH de minha empresa é como um alto-falante que só repete o que os diretores mandam. A função de RH não é defender o interesse dos empregados?
Joelma
Não, Joelma. Essa é a função do sindicato. RH não é nem ataque nem defesa. É meio-de-campo. Cabe ao RH transmitir e esclarecer o que a alta direção deseja e espera dos funcionários e levar para cima os anseios e as dúvidas dos empregados. O que o RH faz é tentar equilibrar essa equação, deixando ambas as partes mais satisfeitas que injuriadas, já que não é possível contentar inteiramente duas facções que têm interesses diferentes.
Max Gehringer, na revista Época.
2.7.07
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Um comentário:
Sem palavras, diante de tanta sabedoria. É o MAXimo.
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