1.7.07

Mão estendida


Engole teu segredo antes que morram de sede esses que não conheço, me vou.

Os pés desejam a ponta das estrelas mas obriga-se a mexer com papéis.

Dia para correr nos caminhos, os pés pisando a carne das flores, dia para enfeitar-me e esperar o homem, dia para beijar a boca aromada de Meu.

É dor, Maria, como tudo o que acontece nos adentros.

Há demasia de amor em mim, mas amor de mulher.

Não cederei a ninguém a fúria da minha intimidade.

Estender a mão é valentia rara.

Matamoros dos sonhos esquecida, vê-se tomada de sonhos no muito denominado concreto da vida, e o que vem a ser isso de sonho e realidade?
...
Hilda Hilst, trechos de Matamoros (da fantasia),
uma das novelas do livro Tu não te moves de ti.

Um comentário:

luciana disse...

É mister que o estribilho do silêncio
E das ações cautelosas
Para que não acorde
de Seu sono,
De Seu inverno da alma,
De sSu leito de sossego.
Àqueles que ainda não foram atingidos pela força mortal
E paradoxalmente vivificadora
Do Amor.

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