Pronto!
Já está em curso a rotina dos sacos pretos, em que são retirados os corpos.
O acidente da Gol, que matou 154 pessoas, completa 10 meses no dia 30. A crise aérea que inferniza a vida dos brasileiros está em seu nono mês. E dá à luz o óbvio: mortes.
Irresponsabilidade fazer uma afirmação como essa sem saber nem mesmo a causa do acidente? Não! Puro realismo! Já se sabe que o Airbus derrapou numa pista recém-reformada, que estava molhada. O mesmo aconteceu ontem. Os pilotos reclamavam dos reparos feitos pelo Infraero.
Reitero: 50 minutos depois do acidente, a Infraero não sabia o que havia acontecido; era incapaz de fornecer até mesmo o nº do vôo, como se um controlador, afinal de contas, não houvesse autorizado o pouso da aeronave.
É isso. Pegue um avião. Relaxe e morra.
Há algo de errado num setor que produz duas grande tragédias num intervalo de 10 meses. Desde que o caos aéreo tomou conta do Brasil, pergunte quantas pessoas foram substituídas, tente saber as medidas que foram efetivamente tomadas. Temos um governo tomado por patetas.
Reinaldo Azevedo, na Veja Online.
18.7.07
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5 comentários:
Érico Veríssimo, há muitos anos, escreveu uma crônica chamada "Aeroporto de Congonhas: uma, duas, várias vergonhas". Ontem compreendi que de 1996 para cá já são mais de 300 vergonhas. Transitando nesses aeroportos deste país varonil sou obrigada a retirar de minha bagagem frasco de repelente para inseto, sou obrigada a abrir bolsa, retirar tudo, pra depois colocar tudo dentro de novo. Aperfeiçoaram os sistemas de segurança como nunca (porque os "terroristas" matam muito) e se esqueceram de modernizar os equipamentos de navegação, melhorar as pistas, treinar o pessoal. Guarulhos, desde 5h da manhã de hoje, é uma reinvenção do purgatório. O aeroporto de Brasília idem. Se meu vôo nao sair daqui a 15 minutos vou lá no Palácio do Planalto e fico do lado de fora, sozinha, vaiando o Lula. Mais uma.
Pelo menos uma coisa boa. Em aeroporto cheio vou logo pra uma livraria, banca de jornais ou afins. Achei o livro "Mentes Inquietas", hoje pela manhã, e já estou quase terminando. Ler é um modo de ficar menos inquieta, que de inquieta minha mente já tem muito. Excelente livro, muitas explicações para mim, em particular. Nunca tive paciência pra assistir a longas aulas. Escrevia, dormia ou ficava arrumando meus horários, minha agenda, fotos, poesias, etc. Trabalhos na Universidade, quase todos feitos e entregues na última hora, no último suspiro. Impulsividade, nota 10. Milhões de atividades ao mesmo tempo. Monografia de mestrado que extrapolou o prazo de entrega e me sugou a alma. Projeto de doutorado que nunca saiu, mas tem que sair até agosto. E os prazos diante de mim, imexíveis. Lendo o livro comecei a entender melhor o porquê de tudo isso e outras coisas. A autora é Ana Beatriz Silva, pela Ed. Gente, 2003. Custou-me R$ 35,00.
Num país onde uma criança é arrastada até a morte, onde presidiários com alvará de soltura no dia das mães e outros de suas celas usam telefones celulares para conspirar e dominar com pânico e terror a terceira maior cidade do mundo, onde se incendêiam ônibus com passageiros e tudo, onde alguém ganha um tiro na coluna por passar pela calçada movimentada, onde se transita com dólares na cueca, malas de dinheiro em campanhas políticas milionárias, onde aprovam quase 100% de reajuste salárial para parlamentares (lº ganhavam 8,2 mil, em 2003 c/ ajuste foi p/ 12,8 mil e em 2007 90,7% de reajuste somando uma receita de 24,6 mil). É muito salário pra pouco trabalho (isso sim é uma máfia).Enquanto os egravatados desfilam em seus carros de luxo blindados e se preocupam mais com a estética do pan, nós da classe mais humilde não temos segurança. Apesar de termos de conviver com tudo isso, ainda consigo ver uma luz de esperança no fim do túnel e posso dizer que com minhas moisesices as vezes consigo ser feliz e dizer que pertenço à um país abençoado por Deus.
Agradeço você Pavarini por poder soltar aqui em seu blog o meu grito de indignação contra a impunidade brasileira.
abraços
Correção: se não me falha a memória o escritor da crônica que mencionei é o Luiz Fernando Veríssimo, e não seu pai. E, como tenho ainda alguns brios, esclareço que apesar de muitas vezes achar algumas aulas muito chatas, de ler o texto alguns minutos antes da prova, de fazer os trabalhos bem rapidinho e dedicar boa parte da minha vida acadêmica ao movimento estudantil, às disciplinas dos cursos de Artes Cênicas e Comunicação e às festas e afins, acreditem se quiser, minha média sempre foi acima da média. Meu histórico é muito bom, sempre tive boas notas. Como isso se explica? Bem, o livro que também já citei explica.
Maya...que mala...tu se acha heim?
é brincadeira.
Gostaria de esclarecer que o nome do autor da crônica "Aeroporto de Congonhas 1, 2, várias vergonhas, é Carlos Eduardo Novaes.
Abraços.
Ritva Vieira
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