24.7.07

Sacrifícios de gordura

“Se Deus tiver de aparecer para os famintos”, dizia Mahatma Gandhi, “não se atreverá a aparecer em outra forma que não seja a de um prato de comida”. O Todo Poderoso anda sumido da Nigéria, país farto em fome e pobreza. Ali, em meio a uma maioria esquálida, a minoria rica transformou a obesidade em sinônimo de status.

Tome-se o exemplo de Happiness Edem (foto). Antes de se casar com Morris Eyo Edem, um próspero nigeriano, ela se enfurnou numa espécie de spa às avessas. Submeteu-se a um tratamento de engorda. Depois de seis meses de muita comida e repouso, ostentava algo como 120 quilos.

Por que? "Quando você é gordo, tem uma cara saudável", diz ela. "As pessoas te respeitam. Honram você. Aonde você vai, elas dizem, 'seu marido a alimenta bem'. Se você vai a um vilarejo, as pessoas vêm olhar para você, porque você é saudável".

O marido Morris, que condicionara o casamento à engorda, explica assim a aversão às magricelas: “As pessoas pensariam que não sou rico. Se uma mulher não for gorda, não passar pelo processo [de engorda], ela não preenche os critérios do casamento".

Na Nigéria, como se vê, o belo vale o quanto pesa. Vinicius “Beleza é Fundamental” de Morais dizia: “Ninguém faz tudo bonito sempre. Até Deus. Ele fez o cavalo e também o rinoceronte”. Entre os nigerianos, alheio às teorias de Gandhi, o Senhor foi ainda mais caprichoso: reservou aos cavalos o pão que o diabo amassou.

fontes: blog do Josias de Souza / BBC

Um comentário:

alealb disse...

nossa...

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